São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Estrada até Sa Pa é prova de resistência

DO 'TRAVEL/NEW YORK TIMES'

Desembarcamos ao entardecer em Lao Cai, na fronteira com a China, e embarcamos em um ônibus para os 40 km que faltavam até Sa Pa.
A estrada desce por um vale verde e serpenteia pelas montanhas que os franceses batizaram de Alpes Tonkineses e os vietnamitas chamam de Hoang Lien.
A estrada é uma prova de resistência. Apenas alguns trechos são pavimentados e é comum ver equipes de trabalhadores reparando os buracos provocados pela estação das chuvas.
Em Hanói nós vimos alguns filmes que mostravam trabalhadores como esses construindo estradas e carregando artilharia pesada no posto francês em Dien Bien Phu, poucos quilômetros a sudeste do nosso destino (mas dias de distância por meio das estradas nas montanhas).
Os franceses abandonaram Sa Pa durante a guerra colonial contra os nacionalistas vietnamitas, que começou em 1946 e terminou após a queda de Dien Bien Phu em 1954.
Há duas boas razões para fazer a árdua viagem até Sa Pa: ver as tribos locais durante o mercado de fim-de-semana e caminhar pelas montanhas que cercam a cidade.
Nelas, trekkers sérios podem arranjar uma escalada na Fan Si Pan, com 3.100 m de altura, a mais alta montanha do Vietnã, cerca de 10 km de Sa Pa. Essa caminhada toma diversos dias, mas existem inúmeros passeios de um dia pelas vilas vizinhas e cachoeiras, todos assinalados em um mapa disponível na vila.
Sa Pa é remanescente de uma vila do Himalaia, com poucos sinais da breve ocupação francesa.
Ela nunca chegou a ser uma cidade, da maneira como eram os postos britânicos na Índia. E tudo que foi deixado pelos franceses são mal catalogados edifícios construídos antes da guerra, incluindo uma igreja.
Nossa primeira parada foi no mercado, uma modesta feira de lojas e barracas que vendem alimentos, cabos de enxada, botas de borracha, cobertores, potes e panelas.
Mesas e bancos estão espalhadas sob uma grande área coberta, onde as mulheres montam cozinhas improvisadas para a fritura de bolinhos e o cozimento de deliciosas sopas com macarrão, feijão e várias ervas, tudo por US$ 0,50.

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