São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 1995![]() |
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BB espera mais crédito externo em 1996
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O diretor de crédito rural do Banco do Brasil, Ricardo Conceição, disse que os agricultores terão mais recursos para o plantio da safra do próximo ano (ou seja, no período 96/97).Ele afirmou ontem que o financiamento externo deverá ter um desempenho melhor que o registrado nesse ano -US$ 500 milhões. Em 1995, o Banco do Brasil liberou R$ 3,2 bilhões para o custeio da safra e deverá emprestar o mesmo volume em 96. O banco também deverá incrementar as operações com as CPRs (Cédulas do Produto Rural). A idéia é aumentar a negociação desses títulos, que são comercializados por um preço fixo e com entrega futura da produção. Uma cooperativa da região Centro-Oeste, por exemplo, conseguiu vender 100 mil sacas de soja para um grupo japonês por R$ 11,40 cada. Ela já recebeu o dinheiro da venda e só entregará o produto em fevereiro de 1996. A soja está sendo comercializada, atualmente, a R$ 7 a saca em média. Nesse sistema, o comprador arrisca o valor futuro do produto. O vendedor ganha por receber antecipadamente o dinheiro. Neste ano, o BB emitiu 549 CPRs, que significam R$ 51,97 milhões. Segundo o diretor do BB, a expectativa é receber de volta todos os recursos emprestados, já que há uma tendência de aumento do preço dos produtos agrícolas. A securitização da dívida agrícola -troca dos débitos por títulos públicos federais- também vai ajudar o setor a pagar estes créditos em dia. O governo renegociou parte da dívida dos agricultores -R$ 7 bilhões-, alongando o prazo de pagamento, de sete a dez anos, com um ano de carência. Assim, os produtores começarão a pagar as parcelas somente em outubro de 97, quando termina a próxima safra. Isto significa que eles não terão que pagar estes débitos no próximo ano. Ricardo Conceição disse que a inadimplência do setor rural hoje é de 22% dos créditos emprestados. Este índice já chegou a 36% em 1990, durante o Plano Collor. Até 1986, a inadimplência ficou entre 1,5% e 3%. Texto Anterior: Livro descreve gestão em SP Próximo Texto: É cedo para fazer previsão, diz SRB Índice |
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