São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 1995
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Carrasqueira relança disco de 86

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

O flautista João Dias Carrasqueira, 87, tem seu nome associado à difusão em São Paulo da boa música, seja ela composta no século 18 germânico por Wolfgang Amadeus Mozart ou no início do século 20 brasileiro por Patáppio Silva. Ele relança agora pela gravadora CDA, em CD, seu único recital editado em vinil, em 1986.
Acompanhado ao piano por sua filha Maria José, ele reuniu 12 peças que resumem o repertório para seu instrumento, com o mesmo ecletismo com que o lecionou e interpretou durante os últimos 70 anos.
Há autores do século 19, como Wilhelm Popp e Albert Doppler, e contemporâneos, como Vicente de Lima.
Parceiro de Pixinguinha e Garoto, amigo de Catulo da Paixão Cearense, solista de orquestras regidas por Villa-Lobos e Camargo Guarnieri, João Dias Carrasqueira tem sua biografia sobretudo associada ao ensino da flauta.
Sua casa na Lapa (zona oeste de São Paulo) funcionou informalmente, a partir dos anos 30, como uma espécie de salão musical.
Seu nome havia crescido como um músico de bairro -tocava nas sessões de cinema mudo-, em meio a um ambiente cultural em que brasileiros se misturavam aos ingleses e irlandeses da então Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. A Lapa possuía número suficiente de músicos para manter uma orquestra de câmera.
Carrasqueira também integrou orquestras permanentes mantidas pelas emissoras de rádio até os anos 50, da Educadora à Gazeta. Participou paralelamente de conjuntos regionais e foi um dos poucos que manteve acesa a tradição do chorinho, gênero que atribui à flauta uma posição central.

Disco: "O Mágico da Flauta: João Dias Carrasqueira"
Lançamento: CDA

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