São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 1995
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Recuperação de arquivos vai demorar pelo menos 2 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

O procurador do Estado Eduardo Lajes, 39, que trabalha na Consultoria Jurídica da Secretaria do Meio Ambiente, afirmou que o órgão vai demorar no mínimo dois anos para restituir os processos destruídos pelo incêndio nos cinco últimos andares do prédio da secretaria, no último sábado.
"Mesmo assim, acredito que todo o esforço será praticamente impossível para analisar novamente os processos instaurados", disse.
Segundo Lajes, a maior parte dos processos hoje analisados pela área jurídica do órgão dizem respeito a aprovações de loteamentos em áreas de proteção ambiental e de instalação de indústrias. "Não há nenhum processo mais grave no departamento, mas o trabalho terá que recomeçar do zero", disse Lajes.
A Consultoria Jurídica ficava no 15º andar do prédio e, segundo os bombeiros, quase todos os documentos foram destruídos.
O governador Mario Covas e o secretário do Meio Ambiente, Fábio Feldmann, acreditam que o incêndio não foi criminoso.
Os dois chegaram às 12h30 de sábado e inspecionaram o prédio com o capitão Claudinei Passoni, do Corpo dos Bombeiros.
Suando muito, o governador disse que subiu os 16 andares a pé e comprovou que a destruição foi total nos cinco últimos andares.
"Fiz uma boa ginástica, mas realmente o estrago foi muito grande", disse. Covas não acredita na hipótese de incêndio criminoso. "Não faz sentido", afirmou.
O governador estava em um condomínio na Riviera de São Lourenço, em Bertioga (litoral de São Paulo), e viajou a São Paulo para vistoriar o prédio.
Fábio Feldmann mostrava-se abalado com o incêndio. Para o secretário, a maior perda foi a dos documentos do Projeto Guarapiranga (recuperação ambiental da represa, das matas vizinhas e criação de parques).
"Todo o trabalho de seis anos foi praticamente jogado fora", disse. Os estudos e documentos do Projeto Guarapiranga estavam arquivados no 12º andar do prédio.
Os custos do projeto estavam orçados em cerca de US$ 250 milhões. "A verba já estava aprovada pelo Banco Mundial e iríamos iniciar as licitações para tocar as obras", disse Feldmann.
Ele não soube calcular os prejuízos materiais. "Estou mais preocupado com os documentos que foram queimados". Feldmann saiu do prédio carregando duas pastas que, segundo ele, eram de documentos pessoais. "Foi a única coisa que sobrou do meu gabinete".

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