São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 1995
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Bóias-frias trocam cana por bonecas

Ex-lavradoras já exportam produção

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

Um grupo de 30 bóias-frias de Espírito Santo do Turvo (350 km a noroeste de São Paulo) trocou o trabalho na zona rural pela produção de bonecas de pano.
As ex-lavradoras fundaram uma associação, que vai se transformar em empresa em 96. Com idades entre 16 e 57 anos, elas estão produzindo entre 2.000 e 2.500 bonecas de pano por mês. Em dezembro, a produção chegou a 5.000.
Parte da produção começou a ser exportada. "Já enviamos caixas com essas bonecas para Inglaterra e Alemanha", declarou Luciana Maria Retz, 37, presidente do Fundo Social de Solidariedade do Município e coordenadora do programa, batizado de Projeto Mãos de Fada.
No Brasil, as bonecas já são vendidas em lojas e shoppings de Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.
Segundo Retz, como cortadoras de cana, as mulheres ganhavam em média R$ 150 por mês. Na produção das bonecas, recebem até R$ 400 por mês. As bonecas custam entre R$ 3 e R$ 18. São confeccionadas em algodão, com enchimento de lã de ovelha.
No mês passado, o Citibank organizou uma mostra do trabalho das artesãs na agência do banco da avenida Paulista, em São Paulo. Para o prefeito Antônio da Silva Quirino (PSDB), 50, é importante tirar as mulheres do trabalho na cana. Dos 4.000 moradores da cidade, 3.000 cortam cana.
"A mulher merece um trabalho menos rigoroso", afirmou.

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