São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 1995
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Inter ameaça não ceder Caio à seleção

Atacante chega ao Brasil para festas

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante Caio, da Inter de Milão, retornou ontem ao Brasil para passar as festas de fim de ano com a família.
O jogador informou à Folha que o clube italiano se opõe à sua presença na Copa de Ouro, torneio que a seleção pré-olímpica disputa entre 10 e 21 de janeiro nos Estados Unidos.
O próprio atacante está negociando com o clube italiano sua liberação. "Falei para a direção da Inter que eu quero muito disputar a Copa de Ouro, mesmo porque se trata de defender a seleção brasileira."
Caio aventou a possibilidade de voltar para a Itália em 1º de janeiro, encontrando-se com a delegação do Brasil nos Estados Unidos. "Espero que a comissão técnica da seleção concorde. Faço qualquer coisa para disputar o Pré-Olímpico."
A convocação para a competição classificatória para a Olimpíada será em 23 de janeiro. O Brasil estréia no Pré-Olímpico em 19 de fevereiro na cidade de Tandil (Argentina).
O atacante, que foi recebido no aeroporto por seus pais e avós maternos, teve rápida adaptação ao estilo de vida europeu. "Estou muito bem em Milão. Aprendi o italiano sem muitos problemas, o que ajudou bastante."
O lateral Roberto Carlos, ex-Palmeiras, está apoiando o atacante. "É bom ter um brasileiro na mesma equipe, principalmente um como o Roberto Carlos, o maior ídolo da torcida da Inter."
Como o time italiano tem quatro estrangeiros e apenas três podem atuar, Caio, vendido em novembro pelo São Paulo, ainda não teve muitas oportunidades de jogar.
O ex-são-paulino participou de duas partidas inteiras pela Copa da Itália e entrou no decorrer de dois jogos do Campeonato Italiano.
"Deu para perceber que o italiano joga bem diferente do brasileiro", comentou. "No São Paulo, eu estava acostumado com muito toque de bola. Na Itália, predominam a força física e os lançamentos."
Caio também sente falta da presença dos fãs. "No Brasil, depois de cada treino vinha muita gente pedir autógrafos. Em Milão, eu ainda sou meio desconhecido, tenho que conquistar meu espaço."

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