São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 1995
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Cines pornôs darão lugar a complexo de diversões

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

A rua 42 em Nova York -um dos lugares mais famosos do mundo- está sofrendo uma reforma geral que deverá ser concluída até o fim de 1997. A reforma vai mudar a cara da área, transformando-a no maior complexo de entretenimento da cidade.
A 42 -que já abrigou os teatros mais importantes de Nova York- foi transformada durante os anos 70 num reduto de sex shops, shows de striptease e cines pornôs.
Em 1981, um grupo de investidores começou a traçar com a prefeitura um plano para reerguer a rua que virou postal e que atrai milhares de turistas a Nova York. O projeto inicial previa a construção de quatro grandes torres de escritórios entre a 7ª Avenida e a Broadway, além da reforma dos antigos teatros da 42.
Com a crise no mercado imobiliário em Nova York, as torres foram colocadas de lado e começou a busca dos grupos que estariam interessados em reformar os teatros e transformá-los em " atrações familiares". Depois de muita discussão com os donos do complexo pornô -que contam com o apoio de grupos pró-liberdades individuais- a "nova 42" está finalmente virando realidade.
Em 12 de dezembro foi reaberto o The Republic (ex-cinema erótico), primeiro passo na transformação da rua. Ele virou o New Victory Theater, teatro especializado em peças infantis.
Para o mês de abertura, os novos donos não poderiam ter escolhido nada mais inocente: a montagem do "Christmas Caroll" -coletânea de canções natalinas interpretadas para crianças.
Mas a grande novidade da "Nova 42" será a reabertura do New Amsterdam pela Walt Disney Company no fim de 1997.
O teatro vai virar um conjunto de cinema com 25 telas e capacidade para mais de 5 mil pessoas.
O projeto de reabilitação da área inclui a construção de um hotel cinco estrelas, um museu de cera da griffe "Madame Toussaud" (igual ao de Londres) e a reabertura de seis teatros para a exibição de musicais da Broadway. A indústria pornô foi empurrada para o último quarteirão da rua, no lado oeste, à beira do rio Hudson.
Os empresários das casas de shows pornô prometem recorrer e afirmam que a desapropriação da área que ocupam pelo governo foi arbitrária e injusta. Eles argumentam que seus empreendimentos também atraem turistas para a cidade e que a região é uma das que paga mais impostos ao caixa da Prefeitura.
As entidades pró-liberdades individuais que defendem a permanência do complexo pornô afirmam que o governo está sendo moralista e reacionário. Segundo eles, não havia argumento legal para a prefeitura tombar a área em 90 e "expulsar e perseguir" os donos de cinemas pornôs.

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