São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 1995 |
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Cineasta fez comédia sobre adoção
OTÁVIO DIAS
O filme toca em vários dos temas que fizeram da separação do casal um escândalo internacional: um casal em crise, um filho adotivo, relacões extraconjugais. Tudo se mistura, no entanto, de maneira surpreendente, resultando em uma comédia que não tem nada que ver com a tragédia real de Allen e Farrow. A impressão que fica é que o diretor e ator quis pregar uma peça no público ávido por detalhes picantes de sua vida particular. Allen juntou todos os elementos e inventou algo inesperado e original. "Mighty Aphrodite" passa-se em dois planos. A história "real", filmada em Nova York, tem como personagem um pai adotivo, Lenny, que fica obcecado por conhecer a mãe verdadeira de seu filho. "Ele é tão bonito. A mãe deve ser maravilhosa", pensa o pai, interpretado por Woody Allen. Ao encontrá-la, sua fantasia cai por terra. A verdadeira mãe, Linda, interpretada por Mira Sorvino, é uma jovem prostituta e atriz de filmes pornográficos, "fútil e realmente estúpida", diz Woody Allen. Lenny decide então fazer de tudo para mudar a vida de Linda. O grande achado do filme está no coro grego, que representa uma tragédia paralela à vivida por Lenny e Linda. As filmagens foram feitas em um antigo anfiteatro na cidade de Taormina, na Itália. No decorrer do "Mighty Aphrodite, os dois planos misturam-se. Personagens do coro surgem de repente em Nova York e os nova-iorquinos vêem-se em pleno anfiteatro grego. Ao final, a tragédia transforma-se em comédia. Em "Mighty Aphrodite", Allen exorcisa os fantasmas do final de sua relação com Farrow e faz um filme inteligente, engraçado, com ótimas interpretações e bons números musicais. (OD) Texto Anterior: Woody Allen descobre Machado de Assis Próximo Texto: 'Supercolosso' conquista pela ingenuidade Índice |
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