São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 1995
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'Supercolosso' conquista pela ingenuidade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DE CINEMA

Filme: SuperColosso
Direção: Luis Ferré
Elenco: personagens do "TV Colosso", Marcelo Serrado, Luana Piovani, Camila Pitanga, Gerson de Abreu
Estréia: amanhã nos cines Paulista 4, Iguatemi 1, Ritz

A história de "SuperColosso" transpira ingenuidade: personagens da turma Colosso disputam uma gincana. O prêmio é uma estátua que foi roubada. A única maneira de retomá-la e reconduzi-la ao museu de onde foi tirada é vencendo a gincana.
Por trás dessa ingenuidade, porém, existe um cálculo óbvio. Trata-se de falar ao público de até 7 anos, à garotada da pré-escola, que curte os desenhos e personagens do programa "TV Colosso".
Se isso vai funcionar ou não, é outra história. Neste momento preciso, cada filme brasileiro que entra em cartaz está tateando o terreno, procurando restabelecer um diálogo com o público.
Não se parte do zero, propriamente, mas quase disso. Tudo que existe atrás é a certeza de que não se pode mais fazer filmes sem um alvo preciso.
Essa é a lição que deixaram os últimos anos da Embrafilme, os últimos filmes dos Trapalhões e Xuxa, as investidas frustradas de Sergio Mallandro e Faustão.
Essa ingenuidade apregoadíssima não faz esquecer, porém, que o filme reúne nomes de uma geração importante de curta-metragistas do Rio Grande do Sul, como Giba Assis Brasil (roteirista) e Christian Lesage (fotógrafo).
Por fim, o diretor Luis Ferré fez seu trabalho com evidente aplicação. Obviamente, "SuperColosso não é um filme para ficar na história do cinema.
Sua função é muito clara: ser o primeiro lançamento nacional em anos com chance de encontrar seu público, vontade de agradá-lo e procurando valorizar ao máximo, no aspecto técnico, o orçamento razoavelmente reduzido (R$ 1,2 milhão) de que dispôs.
Não é tão fácil assim, não é tão frequente assim.

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