São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 1995
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Carrey fica histérico e perde a graça

MARCEL PLASSE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Filme: Ace Ventura -Um Maluco na África
Direção: Steve Oedekerk
Elenco: Jim Carrey, Ian McNeice, Simon Callow
Estréia: hoje, nos cines West Plaza 4, Olido 1, Liberty e circuito

O fenômeno continua. Ao completar seis semanas em cartaz nos EUA, o novo filme de Jim Carrey, "Ace Ventura -Um Maluco na África", soma uma bilheteria de US$ 100 milhões.
Jim Carrey é responsável por elevar os salários dos atores de Hollywood à casa dos US$ 20 milhões, depois que seu nome puxou alguns dos mais bem-sucedidos filmes do ano passado.
"Ace Ventura -Um Maluco na África" inaugura a fase das sequências de seus maiores sucessos. Vem aí, ainda, "Debi & Lóide 2", "O Máskara 2" e até uma aparição em "Batman 4".
Em sua volta ao papel do detetive de animais Ace Ventura, Carrey precisa achar um morcego sagrado e impedir a guerra entre duas tribos africanas.
O problema é: a piada não tem a mesma graça quando contada pela segunda vez. No primeiro filme, "Ace Ventura -Um Detetive Diferente", Carrey já mostrava seus dotes caricaturais e a propensão para exagerar sua interpretação. O abuso de caretas e trejeitos lhe valeu comparações com Jerry Lewis.
Em "Ace Ventura -Um Maluco na África", Carrey está histérico. Nem Jerry Lewis cheio de crack seria capaz de tantas convulsões. Carrey passou do ponto. Deixou o parâmetro de Lewis para se aproximar do humor mais físico dos Trapalhões.
Sem o dinheiro de Hollywood, o filme poderia ser mesmo "Um Trapalhão na África". São as mesmas correrias, o mesmo tipo de humor grotesco e a mesma preocupação em passar uma mensagem (não maltrate os animais).
Há momentos engraçados na maluquice do comediante. Mas são as crianças menores, acostumadas com tios que pretendem fazê-las rir por meio de caretas, que vão achar graça.

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