São Paulo, terça-feira, 26 de dezembro de 1995
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"Pastor parecia ignorante"

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

"Senti um mal-estar ao me ver cercada por toda aquela gentinha, naquele ambiente que exalava um forte cheiro de cecê, ouvindo um pastor que falava mal e parecia ignorante." O relato é da dona-de-casa M.M., ex-mulher de um executivo de multinacional, sobre a primeira vez em que foi a um templo da Universal.
Hoje M.M., 44, é obreira da Universal no templo da Barra da Tijuca, zona sul do Rio.
Antes de chegar à Universal, M.M. passou por três psiquiatras no Rio. Conforme conta à socióloga Maria das Dores Machado, tinha envolvimento com cocaína, convivia com traficantes e tinha problemas de depressão. Havia praticado cinco abortos e mantinha relações extra-conjugais.
Segundo ela, os problemas só foram "superados" quando passou a frequentar a igreja. M.M. vai ao templo pelo menos duas vezes ao dia e diz que sonha com o momento em que "Jesus vai tocar o coração de seu ex-marido e trazê-lo de volta ao lar".
M.M. diz que até hoje se sente "muito chateada" quando algum vizinho comenta "lá vai aquela coitada para a Universal".

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