São Paulo, terça-feira, 26 de dezembro de 1995 |
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Arida pediu liquidação do Econômico em janeiro
GUSTAVO PATÚ
Arida soube que o Econômico já estava pendurado no socorro financeiro do BC e recomendou a liquidação do banco. A recomendação não consta dos documentos enviados à Procuradoria da República. As providências tomadas não foram tão radicais, mas suficientes para desencadear a reação política da bancada baiana no Congresso. Ainda em janeiro, Arida chamou ao BC o dono do Econômico, Ângelo Calmon de Sá, e recomendou a capitalização do banco. No primeiro trimestre foram frequentes os contatos de Arida e dos diretores do BC com o principal protetor do Econômico, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL), e seu grupo. Meses antes, na campanha eleitoral de 94, o banco havia doado dinheiro para as candidaturas de FHC e Mário Covas, além de financiar boa parte do PFL baiano. Intervir no Econômico, para a gestão Arida, era mexer em dois vespeiros: desencadear uma crise política com a base de apoio de FHC e abrir uma nova brecha para ataques ao BC, então fragilizado por denúncias de vazamento de informações e críticas por incompetência na mudança da política cambial em março. O poder político do Econômico sempre foi conhecido pela burocracia do BC. Desde 89, a má administração do banco foi contemplada pelos seis presidentes do BC anteriores a Arida: Wadico Bucchi, Ibrahim Eris, Francisco Gros, Gustavo Loyola, Paulo César Ximenes e Pedro Malan. No governo Collor, a influência do Econômico era óbvia. Calmon de Sá comandava a Secretaria de Desenvolvimento Regional. Lafayete Coutinho e Álvaro Mendonça, ex-dirigentes do Econômico, presidiam o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Com FHC, a intervenção no Econômico acabou acontecendo na gestão do segundo presidente do BC, Gustavo Loyola. Texto Anterior: BC reduz, mas não elimina o prejuízo Próximo Texto: Programa da CEF prevê 6.300 demissões Índice |
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