São Paulo, terça-feira, 26 de dezembro de 1995
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Programa da CEF prevê 6.300 demissões

VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CEF (Caixa Econômica Federal) pretende iniciar em fevereiro de 96 um programa de demissões voluntárias. O objetivo é reduzir o quadro de empregados em 10%, o que representará 6.300 demissões.
A reestruturação da empresa, iniciada após a posse de Sérgio Cutolo no primeiro semestre deste ano, já diminuiu o total de funcionários em 11.233, incluindo as pessoas contratadas para a prestação de serviços.
O diretor de administração e recursos humanos da CEF, Adelmar Torres, disse que o programa será uma oportunidade para quem não se adaptou à reestruturação de deixar a empresa e receber um incentivo adicional.
O nome provisório do programa é PID (Plano de Incentivo ao Desligamento). Sua versão final está sendo discutida pela diretoria. A intenção é dar mais incentivos para quem tem mais tempo de casa.
Os dados mais recentes mostram que a maior redução de funcionários foi entre os estagiários, que passaram de 16.974 em dezembro de 94 para 9.298 em outubro de 95, uma queda de 45,22%.
A economia foi pequena, de R$ 1,6 milhão por mês. O salário médio de cada estagiário era de R$ 215 ao mês. Mesmo assim, o número de estagiários deve ser reduzido ainda mais -hoje é de 9.298.
A maior economia, segundo Torres, virá a partir de janeiro, quando haverá redução de 34% nos cargos gerenciais -que passarão de 12.083 para 8.000. Torres estima economia de R$ 417 mil por mês (R$ 5 milhões ao ano).
Hoje, a CEF gasta por mês R$ 270 milhões com despesas de pessoal. Isso significa R$ 3,5 bilhões ao ano. A previsão da CEF é que o PID poderá gerar economia mensal de R$ 27 milhões com a redução de pessoal no próximo ano.
Cutolo disse à Folha que funcionários da instituição já pediram um programa de incentivo à demissão. Depois de votado pela diretoria da CEF, o PID terá de ser aprovado pelo Ministério do Planejamento, em janeiro.
O PID será a última etapa do processo de reestruturação administrativa. Os funcionários que já podem se aposentar terão os maiores incentivos, conforme Torres -1.300 pessoas já têm tempo de serviço para se aposentar.
Perfil ideal
O perfil do funcionário que a diretoria da CEF gostaria que aderisse ao PID é o de quem tem mais de 15 anos de banco. Mas como o PID não será obrigatório, quem tem menos tempo no emprego poderá aderir ao programa.
"Nosso objetivo é reduzir o quadro de pessoal permitindo que quem não quer mais permanecer na empresa possa sair", afirmou Torres. Os incentivos que serão oferecidos ainda não estão definidos, mas serão menores do que os do Banco do Brasil, que adotou programa similar em 1995 (ver matéria abaixo).
A CEF também conseguiu reduzir custos na renovação dos contratos de serviços prestados por terceiros. Em São Paulo, o contrato de vigilância armada feito este ano é 9% menor do que o anterior, economizando R$ 93 mil mensais.
Como o contrato tem validade de 24 meses, a economia total é de R$ 2,2 milhões. No Rio Grande do Sul a instituição reduziu em 10% o valor do contrato para digitação, que passou de R$ 301 mil para R$ 270 mil por mês.
O total de funcionários terceirizados também foi reduzido. Houve queda de 7,63% no número de vigilantes, que passou de 6.474 em dezembro de 1994 para 5.980 em outubro deste ano.

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