São Paulo, terça-feira, 26 de dezembro de 1995 |
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Motorista vai três vezes ao mês
BETINA BERNARDES
Vladimir leva caminhões zero quilômetro da fábrica em São Paulo para Santiago e volta de ônibus. São quatro dias no trajeto de ida e quase três na volta. "Antes eu era cegonheiro (quem dirige caminhão para o transporte de carros), fiz a Linha SP-Buenos Aires (Argentina) por sete anos", diz. O caminhoneiro já ficou 35 dias parado em Aspallata, na divisa da Argentina com o Chile, por causa de uma tempestade. "Ficamos em hotel esperando a neve passar para a estrada ser liberada. Fazia um frio da peste", conta. Ele não fala castelhano, mas diz que "dá para o gasto". "Se falarem devagar eu entendo, mas se começarem a dizer tudo muito rápido eu danço." Vladimir é divorciado e tem dois filhos morando em Santo André, um de 8 anos e outro de 5. Sempre viaja sozinho, ao som de Chitãozinho e Xororó. "A vida de caminhoneiro é solitária, mas muito gostosa", afirma. Na viagem de volta, Vladimir era um dos mais "cotados" entre as mulheres no ônibus, mas diz que não tem tempo para namorar. "Minha única namorada é a estrada." (BB) Texto Anterior: Chilena já fez trajeto 20 vezes Próximo Texto: Sonho leva mulher a Santiago Índice |
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