São Paulo, terça-feira, 26 de dezembro de 1995 |
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O Natal em Belém É bastante significativa a entrega da cidade de Belém para os palestinos, em cumprimento ao calendário de retirada das tropas israelenses da Cisjordânia. Em primeiro lugar, demonstra a forte disposição de Israel no sentido de honrar compromissos para o estabelecimento de uma paz duradoura em uma região que, desde a ocupação dos territórios palestinos na guerra de 1967, vive praticamente sob lei marcial marcada pelas graves tensões entre colonos israelenses e palestinos. Além disso, é inevitável associar aquela cidade -onde, segundo o Evangelho, nasceu Jesus Cristo- à tradicional comemoração do Natal que nesta época do ano absorve boa parte dos cristãos. Momento de pacificação dos espíritos, a celebração natalina ganha maior intensidade à medida que o próprio sítio histórico da mitologia cristã se vê agora, após a retirada israelense, menos vulnerável às disputas que estigmatizaram o Oriente Médio nas últimas décadas. Assim, a celebração conjunta de cristãos, muçulmanos e judeus em Belém poderá contar, neste ano, com um ingrediente simbólico de desarmamento que vem ao encontro dos anseios de paz que a maioria, com maior ou menor consciência, nutre dentro de si. Texto Anterior: Regular ou educar? Próximo Texto: Guerra nada santa Índice |
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