São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995
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Mercado de automóveis foi marcado por medidas

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de automóveis, assim como outros setores, teve ganhadores e perdedores em 95.
Para os revendedores de carros importados, foi um ano de prejuízos. O aumento da alíquota de importação para 70%, no final de março, e as medidas de restrição ao crédito, provocaram queda das vendas no segundo semestre. Em novembro, o setor vendeu apenas 6.381 unidades, 73,8% menos do que o recorde de março (24.389).
Maurício Praglioli, dono da Practical, revenda Suzuki da zona oeste de São Paulo, diz que desde abril trabalha com margens reduzidas ou com prejuízo.
Ele dá um exemplo de como ficou a situação dos carros Suzuki com o aumento da alíquota. Um Swift Hatch, que custava US$ 15 mil e competia na faixa do Gol, passou a valer US$ 21 mil, quase o mesmo que um Monza ou Tempra, carros de categoria superior.
Segundo Praglioli, o que garante a sobrevivência da concessionária é o faturamento da oficina e a venda de peças.
Denísio Casarini, 44, da Casarini, revenda das marcas Asia Motors e Daihatsu, diz que usou o "resultado expressivo" do primeiro semestre para suportar os prejuízos do final do ano.
Ganhador
Edson Paulo Figueiredo, 39, gerente de supermercado, conseguiu, no mês passado, comprar o seu carro "popular", após nove meses de espera.
Comprou um Gol Plus, na concessionária Davox, na zona sul. Escolheu a cor (vermelho real) e os opcionais. E ainda obteve um desconto de R$ 500,00.
Figueiredo fez a primeira tentativa de comprar o carro em fevereiro. As concessionárias não tinham o "popular" para pronta entrega. No mercado paralelo, o ágio era de 70%.
Com o aumento de produção dos carros "populares" e as medidas de restrição ao consumo, o ágio acabou.

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