São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995
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País e território são dependentes

OTÁVIO DIAS
DE LONDRES

Em 1994, Hong Kong ficou em oitavo lugar no ranking comercial do planeta, com um volume total de comércio equivalente a US$ 313,2 bilhões. Nos últimos dez anos, o Produto Interno Bruto tem crescido em média 6% ao ano.
Hong Kong é também o quarto maior centro bancário do mundo, possui a sétima maior Bolsa de Valores. É a principal destinação turística da Ásia, com cerca de 9,3 milhões de visitantes em 94. Como explicar todo esse sucesso?
A resposta, segundo Haizhou Huang, pesquisador do grupo de mercados financeiros da Escola de Economia de Londres, está na interdependência entre as economias da China e de Hong Kong.
Com a ascensão do comunismo na China, em 1949, o país ficou isolado do mundo capitalista e Xangai, então o grande centro financeiro chinês, perdeu importância econômica.
Segundo Huang, a China tem bons motivos para preservar o capitalismo no território.
A colônia britânica de Hong Kong, onde 95% da população é de origem chinesa, passou a ser então o único canal de acesso da China com o mercado ocidental.
Hoje, China e Hong Kong são os respectivos principais parceiros comerciais. Segundo dados de 1993, 28,4% dos produtos exportados por Hong Kong vão para a China, que destina 37,5% de suas exportações para o território.
Também é através de Hong Kong que empresas estrangeiras investem na China. Elas sentem mais segurança no território. E, segundo Huang, a incorporação de Hong Kong traz incertezas para os homens de negócio do território.
Finalmente, grande parte das empresas têxteis e de manufatura baseadas em Hong Kong possuem fábricas na China, onde o custo do trabalho é menor.
(OD)

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