São Paulo, quarta-feira, 1 de fevereiro de 1995
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Simonsen acha empréstimo questão diplomática

DA SUCURSAL DO RIO

O economista Mário Henrique Simonsen disse estar surpreendido "com a celeuma" criada em torno do empréstimo de US$ 300 milhões que o Brasil deve fazer para ajudar a solucionar a crise mexicana.
"Se não dermos os US$ 300 milhões, o prejuízo é muito maior, porque perdemos em credibilidade", disse Simonsen, que reduziu o assunto a "uma questão de diplomacia".
Para Simonsen, se o Brasil "não entrasse ia ficar muito mal" para o país, até porque não deve haver desembolso de dinheiro, mas apenas uma garantia para o BIS (Banco para Compensações Internacionais) fazer um empréstimo para o México.
Simonsen considera que "o assunto não tem a mínima importância".
Ele acha que "o caso tem sido debatido com exagero e tenta nos colocar como umbigo do mundo, como se nossa contribuição tivesse alguma importância efetiva para a solução da crise mexicana".
Simonsen, ex-ministro da Fazenda no governo Geisel e do Planejamento no governo Figueiredo, disse ontem que prefere que o ajuste de balança comercial seja feito pelo câmbio e não por mudanças tarifárias.
Simonsen fez palestra ontem a convite da Aberj (Associação dos Bancos do Rio), na sede do Jockey Club, no Rio. Para ele, é necessário um superávit na balança comercial de no mínimo US$ 5 bilhões em 95 para que se termine o ano com um déficit de conta corrente, no máximo, de 1% a 2% do PIB (Produto Interno Bruto).
Para Simonsen, "quanto mais cedo se mexer no câmbio, melhor", pois em seu modo de ver, "se a mudança for lenta, vem trombada pela frente".
O economista diz que é preciso ver o resultado da balança comercial no primeiro trimestre do ano para ter certeza se o câmbio está "no lugar certo."

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