São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995
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Liminar libera fumo em restaurante de SP

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz auxiliar da 7ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, Francisco Carlos Inouye Shintate, proibiu os fiscais da Prefeitura de São Paulo de multar qualquer consumidor que fume no Bar e Restaurante Danton, em Pinheiros (na zona oeste).
Ele deferiu o pedido de liminar de Percival Maricato, dono do restaurante e presidente da Abredi (Associação dos Bares e Restaurantes Diferenciados). Segundo o empresário, o decreto do prefeito Paulo Maluf que veta cigarros no interior de bares, restaurantes e estabelecimentos afins na cidade "fere os princípios da legalidade e da livre iniciativa".
Shintate, em entrevista exclusiva à Folha, disse que a liminar beneficia apenas o proprietário do Danton e os seus clientes. O juiz preferiu não comentar os motivos a decisão. "Aí, eu ficaria impedido de julgar o mérito da ação." Só quando julga o mérito da ação o juiz toma uma decisão definitiva sobre uma disputa judicial.
O secretário municipal do Planejamento, Roberto Paulo Richter, disse que a prefeitura deve recorrer da decisão do juiz. "Qualquer um pode conseguir uma liminar", afirmou Richter. "Ele não julgou o mérito."
Ontem, foi definido de que forma a fiscalização nos bares e restaurantes começa a partir do próximo dia 9. Segundo Richter, blitze das secretarias do Abastecimento, das Administrações Regionais e do Verde e do Meio Ambiente percorrerão os estabelecimentos.
Qualquer cidadão que quiser recorrer da multa deve encaminhar um ofício a uma destas três secretarias. A multa é de R$ 322,50. Tanto o cliente quanto o dono dos restaurante estão sujeitos a ela.
No Caffé Romano, em Higienópolis (região central), o empresário Sílvio Diório decidiu fumar ontem logo após o almoço. Ele disse que só deixará de fumar quando a fiscalização começar efetivamente. "Acho esse decreto um absurdo."
O pintor Aldemir Martins, fumante, disse que a proibição de cigarros nos restaurantes é correta. "É desagradável você estar comendo e receber uma baforada."
As irmãs Zetta e Paola Casalena, donas do Caffé Romano, não gostaram do decreto. Zetta, fumante, afirmou que só respeitará o decreto a partir do dia 9. "Pessoalemte gostei, mas do ponto de vista econômico não", disse Paola.

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