São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995
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FMI empresta US$ 17,8 bi ao México

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O FMI (Fundo Monetário Internacional) aprovou o pacote financeiro de US$ 17,8 bilhões em respaldo ao programa econômico do governo mexicano, o maior empréstimo já feito pelo organismo.
Michel Camdessus, diretor-gerente do FMI, explicou que US$ 7,8 bilhões já estão disponíveis para o governo mexicano e que os US$ 10 bilhões restantes serão liberados à medida em que as contribuições de outros bancos centrais, que não fazem parte do G-10 (Grupo dos Dez), não cubram esse montante.
Segundo Camdessus, a reação à situação do México foi totalmente imerecida e exagerada. "O México tem sido um exemplo de crescimento sustentado recomendado pela comunidade internacional e uma percepção injustificada de fracasso poderia trazer repercussões amplas."
Para Camdessus, a instituição tem a responsabilidade não só de dar apoio financeiro ao programa mexicano, como também de dar confiança ao sistema financeiro internacional.
O FMI projeta que o México terá uma reativação no segundo semestre e que o PIB (Produto Interno Bruto) poderá crescer 1,5% em 95 e em cerca de 4% em 96.
Ontem, o Banco do México (banco central) informou que as reservas internacionais do país são de apenas US$ 3,48 bilhões. No final de dezembro as reservas eram de US$ 6,15 bilhões. Em março do ano passado as reservas chegavam a US$ 24 bilhões.
As cifras dão uma indicação da crise pela qual atravessa o México, depois que o peso perdeu cerca de 40% de seu valor com relação ao dolar desde o último dia 20 de dezembro.
O presidente Ernesto Zedillo disse, em discurso pronunciado na noite de quarta-feira, que o México havia sofrido um grave problema de liquidez antes de o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, anunciar o plano de ajuda ao país. Ele disse que confia numa paulatina recuperação das reservas a partir de agora.
O peso teve ligeira queda frente ao dólar norte-americano. Ontem, o dólar foi negociado nas principais casas de câmbio a 5,50 pesos, ante os 5,40 da véspera.
A Bolsa de Valores mexicana abriu em queda de 2,17%, mas foi se recuperando durante o pregão. Na metade da sessão, operava em alta de 0,5%.

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