São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995
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Produção de máquinas cresce 14% em 94

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do aumento de 26,46% nas importações de máquinas, a produção nacional também cresceu, 13,75%, no acumulado de 94 na comparação com 93. É a primeira vez, desde 1987, que o setor tem aumento na produção.
Os dados são do Sindmaq/Abimaq, representante da indústria.
Segundo Sérgio Magalhães, presidente da entidade, as perspectivas para este ano são animadoras, com maior crescimento das encomendas.
"Ainda não tenho o balanço de janeiro, mas já sei que a indústria de bens de capital contratou cerca de 1.000 pessoas só no primeiro mês do ano, geralmente fraco."
Isso demonstra, segundo o presidente da Abimaq, que "não estamos vivendo apenas uma bolha de crescimento econômico".
Na maior parte, segundo Magalhães, as máquinas e equipamentos procurados são aqueles de tecnologia mais avançada, que permitem ganhos de produtividade.
Mas há também muitas empresas que, com o aumento do consumo decorrente do Plano Real, no segundo semestre de 94, viram reduzir sua capacidade ociosa e necessitaram ampliar instalações.
"Além disso, a confiança no governo anima o empresário a investir, inclusive em máquinas de grande porte. E isso continua este ano, pelo menos por enquanto."
No total, as importações somaram US$ 3,25 bilhões no ano passado e o total produzido no país chegou a US$ 15,8 bilhões.
Mas a capacidade ociosa do setor de bens de capital ainda permanece em 30%, na média, segundo Magalhães, bem acima do resto da indústria.
"Nossa produção ainda está abaixo da média de 80 a 87, quando o setor produzia US$ 22 bilhões ao ano", disse o representante da Abimaq.
Como as empresas estavam enxutas, pois demitiram nada menos do que 163,5 mil trabalhadores de 1987 a 1993, precisaram contratar.
Em 94, foram admitidos 9.200 trabalhadores pelo setor de máquinas, um aumento de 4,41% no emprego, bem menor do que na produção. Mesmo assim, o resultado é positivo: 94 é o primeiro ano desde 86 que o setor faz contratações. No final do ano, a indústria de bens de capital empregava 216,3 mil pessoas.
"Mesmo com o câmbio desfavorável, conseguimos exportar US$ 3,05 bilhões em 94", disse Magalhães. Isso representa um aumento de 15,44% na comparação com 93.

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