São Paulo, segunda-feira, 6 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nasce a marca 'sindicalismo de compromisso'

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois do sindicalismo de resultados de Luiz Antonio de Medeiros, os assessores da Força Sindical elaboraram uma nova marca para uma nova liderança.
Trata-se do sindicalismo de compromisso, a ser perseguido por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e diretor da Força Sindical.
"Na realidade é um aprofundamento do sindicalismo de resultados", afirma Paulinho, mantendo-se sempre fiel a Medeiros.
A idéia é aceitar as relações de parceria que os empresários estão propondo nos mais modernos conceitos de qualidade total. E ampliar essa sociedade com o capital.
O sindicato deixa de apenas tentar conseguir acordos salariais favoráveis, como é o caso do sindicalismo de resultados, embora também se proponha a isso.
Na negociação direta, o novo sindicalismo procura também encontrar soluções e propostas para a sociedade, fixando compromisso entre capital e trabalho.
"Em um economia globalizada, empresários e trabalhadores precisam se defender conjuntamente, por exemplo, da competição externa. E buscar formas de melhoria da produtividade e qualidade."
Outro bom exemplo do sindicalismo de compromisso é a Fundação Parceria para a Saúde, sociedade entre metalúrgicos e empresários, a ser inaugurada dia 13.
Também na reforma constitucional há pontos de concordância do novo sindicalismo com os empresários, no que diz respeito, por exemplo, à necessidade de uma mudança tributária e privatização.
"Os sindicatos vão precisar mobilizar muito para negociar com o FHC. Muita gente no governo atual foi de esquerda e conhece nossas fraquezas. Quem não tiver base, não será ouvido."
Paulinho acredita que, na reforma constitucional, todo o sindicalismo brasileiro corre perigo.
O problema, diz, é que o governo quer implantar o pluralismo sindical, impondo a manutenção apenas de sindicatos por empresa.
Também o fim do desconto das contribuições sindicais em folha de pagamento preocupa. "Os trabalhadores não pagam nem o Corinthias, quanto mais o sindicato."

Texto Anterior: Homem fica ferido em batida durante assalto
Próximo Texto: Vicentinho defende negociação direta
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.