São Paulo, segunda-feira, 6 de fevereiro de 1995
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Grandes empresas já distribuem lucros

Joseph Couri, do Sindicato das Micro e Pequenas empresas

ALBERTO FERNANDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Grandes empresas —como Xerox, Maxxion e grupo Monsanto— já começaram a distribuir lucros entre seus empregados, sem esperar que o governo regulamente o assunto. A participação dos empregados nos lucros das empresas é um direito constitucional.
Somente a partir deste ano, e se o Congresso converter em lei a medida provisória que o governo editou sobre o tema, as empresas conseguirão incentivos fiscais sobre a distribuição de lucros. Os recursos distribuídos ficarão isentos de contribuições sociais.
Neste mês, a fabricante de tratores Maxxion está distribuindo R$ 6,5 milhões para seus 7.000 empregados. É o segundo ano consecutivo em que a empresa concede a participação nos lucros. Segundo o gerente de Planejamento de Relações Trabalhistas, Mário Bittencourt. "A empresa conseguiu tudo o que dependeu do esforço dos empregados", comemora.
Também empresas que estão se preparando para implantar a distribuição de lucros prometem não esperar pela regulamentação definitiva do assunto.
"A participação nos lucros é mais uma busca de modernização do que uma matéria legislativa", diz Roberto Thomas Arruda, diretor de Recursos Humanos da Bayer, que pretende negociar com os empregados, a implantação do sistema a partir deste ano.
São mais dependentes da edição de uma lei sobre a participação as pequenas empresas, que utilizam mais mão-de-obra e —segundo alegam— por isso precisam do incentivo fiscal.
"Existem mais de mil pequenas empresas esperando a regulamentação do assunto", diz Joseph Couri, do Sindicato das Micro e Pequenas empresas.

Metas
Os programas de participação nos lucros funcionam a partir de metas, estabelecidas pelas empresas a cada ano e que servem para medir se um determinado empregado ou filial devem receber parte dos lucros.
O critério para fixar metas é simples —o retorno financeiro nos negócios. A explicação é do diretor de relações exteriores da Xerox, José Aristides Marcondes de Moraes, que distribuiu para cada empregado 2,3 salários extras no ano passado.
"Nossas metas são expressas em número de máquinas vendidas, satisfação dos clientes e limitação das despesas ao previsto no orçamento", explicou.

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