São Paulo, terça-feira, 7 de fevereiro de 1995
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PT defende proposta, mas rejeita cargo

AMÉRICO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT é contra a participação da ex-deputada federal Irma Passoni (SP) no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Os líderes petistas querem impedir que qualquer pessoa ligada ao partido assuma cargos federais. A intenção é manter a orientação oposicionista e evitar que a legenda seja caracterizada como colaboradora de FHC.
Irma Passoni se reuniu ontem à tarde com o principal líder do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, para dicutir o convite feito pelo ministro das Comunicações, Sérgio Motta.
Segundo ela, Lula considera "extremamente importante" que seja feito um novo Código Nacional de Telecomunicações e que a "sociedade participe de sua elaboração". No entanto, ele prefere que a ex-deputada não aceite nenhum cargo no governo.
A posição de Lula é a de que Irma Passoni deve deixar o PT ou pedir licença do partido caso queira aceitar um cargo federal. É o mesmo tipo de solução adotado pelo ministro da Cultura, Francisco Weffort, que abandonou a legenda ao aceitar o cargo.
Logo depois da reunião, a ex-deputada afirmou que ainda vai discutir com Motta de que forma ela poderá colaborar no trabalho de regulamentação das comunicações. Ela disse que ainda não sabia se aceitaria o cargo de assessora especial do ministro.
Irma Passoni se especializou em trabalhar com a área de comunicações no Congresso, onde fez parte da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e informática da Câmara dos Deputados. Ela foi uma das parlamentares mais atuantes nas discussões sobre a lei que regula a televisão a cabo.
Segundo a ex-deputada, o convite de Motta foi feito por causa desse trabalho. Além de ajudar a normatizar a lei, ela participaria da elaboração do novo Código Nacional de Telecomunicações.
A "democratização" dos meios de comunicação é uma das principais propostas do PT.
Segundo o programa de governo de Lula, elaborado para a campanha eleitoral do ano passado, o partido defende a elaboração de um novo código de comunicações, que "coíba a formação de oligopólios nacionais de rádio, TV e imprensa escrita".
O programa propunha, entre outras coisas, a ampliação do sistema estatal de comunicações e a criação de comissões de leitores, ouvintes ou telespectadores de cada meio de comunicação.

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