São Paulo, sexta-feira, 10 de fevereiro de 1995
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Mortos na Colômbia chegam a 42

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As autoridades colombianas informaram ontem à tarde que subiu para 42 mortos, cerca de 250 feridos e 3.000 desabrigados o número de vítimas do terremoto que abalou as regiões central e sudoeste do país na quarta-feira.
A Defesa Civil e a Cruz Vermelha, que coordenam as operações de resgate, afirmaram que o número de vítimas pode ser maior.
Pelo menos 80 prédios desabaram em Pereira, a cidade mais atingida pelo tremor cuja intensidade foi calculada em 6,4 graus na escala Richter. Pereira tem 300 mil habitantes e fica 230 km a sudoeste de Bogotá, a capital.
O presidente Ernesto Samper, o vice Humberto de la Calla e os ministros Horacio Serpa (Interior) e Alfonso Gomez (Saúde) foram ontem a Pereira, capital do Departamento (Estado) de Risaralda.
Em Pereira, a tentativa de resgate de duas mulheres que ficaram presas entre os escombros de um prédio foi transmitida ao vivo pela TV e tornou-se símbolo da tragédia e dos esforços para superá-la.
Cerca de 15 horas após o terremoto, ocorrido às 13h43 (16h43 em Brasília), uma equipe de resgate alcançou a engenheira Mercedes Coronado, 41, e sua empregada doméstica, Carmen Zamorano, 22, nos escombros do prédio de cinco andares situado na esquina da av. Ferrocarril com a rua 16.
"Carmen, você não pode morrer, depois de tantas horas já vão nos tirar daqui", testemunhas ouviram Coronado gritar.
"Não podemos nos apressar, ainda que o tempo seja agora o nosso pior inimigo, e também não podemos usar macacos hidráulicos para retirar os escombros, porque as duas poderiam ser esmagadas", disse um voluntário da Defesa Civil à "France Presse".
Com as pernas presas sob uma viga de concreto, Zamorano morreu pouco antes de a equipe da Cruz Vermelha alcançar as duas.
No Departamento de Caldas (oeste da Colômbia), o Instituto Sismológico de Manizales declarou um alerta para o vulcão Nevado del Ruiz. Milhares de toneladas de gelo poderiam se desprender da montanha como resultado do terremoto de quarta-feira.
Em novembro de 1985, uma erupção do Nevado del Ruiz, de 5.400 m de altura, sepultou sob cinza e lava a cidade de Armero, de 23 mil habitantes.

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