São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 1995
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SIGNOS EM ROTAÇÃO

"O surgimento de um 13º signo equivaleria ao aparecimento de um outro poder no ser humano. Corresponderia a uma mudança cultural. E isso não está acontecendo"
(Oscar Quiroga, astrólogo)
"A astronomia tem seu ponto de apoio na física dos astros", diz Quiroga. "Interessa-se pelos gases dos astros, pela sua fotogenia, como o médico cuida da parte física dos seres humanos". De acordo com o paralelo, o astrólogo faz um papel mais próximo ao do psicólogo, que enxerga os problemas físicos como sintomas. "O ponto de apoio da astrologia está por trás dos pontos físicos, porque os objetos físicos não têm influência nos seres humanos."
"Se eu te disser que Plutão agora está em Sagitário, e você for olhar pelo telescópio, vai ver que não está", explica Graça Medeiros. "O céu astrológico é um modelo matemático, uma representação simbólica, uma criação humana. Os trânsitos que a gente usa são calculados a partir deste modelo, que é diferente do modelo astronômico. Até agora, tem funcionado. Pelo menos, todo dia vem alguém aqui me dizer isso", diz. "E eu nunca vi ninguém batendo na porta de um astrônomo para perguntar como é que educa os filhos".
Graça diz que não tem nada contra astrônomos, e acha obscurantismo a rixa professada de parte a parte. "Quero mais é que eles descubram tudo. Cada corpo celeste descoberto é uma nova variável que só enriquece as possibilidades da astrologia". O potencial dos novos corpos celestes, para a astrologia, não está em sua exata situação no céu, mas no significado que lhe é atribuído. Na origem da designação dos signos e dos corpos celestes, diz Graça, está a projeção arquetípica do homem. Ou seja, a todos os elementos incorporados como variáveis na "análise combinatória" da astrologia, correspondem arquétipos —na definição do psicanalista suíço Carl G. Jung, "imagens psíquicas do inconsciente coletivo". Daí sua utilidade na dissecação da alma humana —origem de todos os arquétipos.
Neste sentido, Esculápio não seria um mau signo —ao contrário. O arquétipo correspondente à constelação diz respeito ao medo humano da morte —e ao poder de dominá-la. Afinal, o deus grego foi varrido do mapa por Zeus, o deus dos deuses, justo porque sabia como ressuscitar os mortos. Mais uma prova, para Oscar Quiroga, de que o signo não existe.
"O surgimento de um 13º signo equivaleria ao aparecimento de um outro poder no ser humano, a uma mudança cultural radical. Nascidos sob esse 13º signo seriam curandeiros. O que acontece hoje é que os sagitarianos continuam aventureiros e visionários. E já há características de curandeiro em Sagitário porque Quiron, o centauro, era o grande médico da Antiguidade. Um pequeno estudo astrológico revela isso."

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