São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995
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Zélia responde a novo inquérito no Supremo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ex-ministra da Economia Zélia Cardoso de Melo vai responder a novo inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal), pela compra irregular de um automóvel Fiat Uno, em abril de 1992.
É a segunda denúncia contra ela no Supremo. A ex-ministra do governo Fernando Collor também é acusada de ter se beneficiado com o esquema de corrupção montado pelo empresário alagoano e tesoureiro da campanha de Collor, Paulo César Farias, o PC.
O ministro do STF Ilmar Galvão determinou ontem a notificação da economista.
Zélia tem agora um prazo de 15 dias para apresentar defesa prévia ao Supremo. Ela mora no bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro.
O inquérito teve origem em representação enviada pelo ex-deputado José Dirceu (PT-SP) à Procuradoria Geral da República, que entregou a denúncia ao STF.

Desconto
A ex-ministra precisa explicar como conseguiu adquirir o veículo por preço abaixo do estabelecido pelo mercado. Ela passou a utilizar o Fiat em março de 1991, mas só pagou pelo carro 13 meses depois.
O automóvel foi vendido com desconto de 53%. Custava, na época, Cr$ 33.659.173, mas Zélia pagou apenas Cr$ 17.840.000 pelo Fiat Uno.
O diretor financeiro da Fiat em Betim, Ezequiel Dutra, disse que o desconto foi uma circunstância necessária para receber o pagamento da cliente inadimplente.
A pena para o crime de corrupção passiva varia de multa a prisão de um a oito anos.

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