São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995
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Preço dos importados aumenta até 12%

FLAVIO CASTELLOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A elevação da alíquota do Imposto de Importação de 20% para 32% deve causar aumento de 10% a 12% no preço dos importados.
A afirmação é do presidente da Abeiva (Associação das Empresas Importadoras de veículos), Emílio Julianelli.
As importadoras, porém, procuram evitar o repasse integral do aumento para o consumidor.
Cálculos da Honda apontam para aumento médio de 8% nos preços. A Honda, que importou 6.458 carros em 94, prevê importação de 10 mil unidades este ano.
"Apesar do aumento da alíquota, a empresa não vai rever esse número, pois acredita que o mercado irá se adaptar rapidamente", disse Carlos Weiss, gerente comercial da Amazônia (importadora da Honda).
A Renault prevê inicialmente aumento de 7% nos preços. Carlos Aberto de Oliveira Andrade, responsável pelas operações de vendas no Brasil, está na Europa negociando com a matriz. Ele deseja manter os preços atuais.
Paulo Braga, gerente de marketing da Subaru e da Lada, acredita que o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) influi no cálculo dos novos preços.
"Nossos carros concorrem diretamente com modelos nacionais, por isso estamos aguardando a nova configuração do mercado para recalcular os preços", disse Braga.
Aldo Pareto diretor da Davox, que comercializa os modelos da alemã Audi, também não sabe ao certo qual será a porcentagem do reajuste.
A Abeiva defende a isenção do aumento da alíquota para todos os carros que já haviam deixado a fábrica antes da data da publicação da medida.
Conforme a portaria do governo, apenas os carros que foram embarcados até a véspera dessa data estão isentos do aumento.
"Segundo a jurisprudência brasileira, para efeito de cobrança do II, deveria ser considerada a data em que o carro deixou o chão da fábrica", disse Julianelli.
O professor da Faculdade de Direito da USP, Fábio Konder Comparato discorda da Abeiva. Segundo as normas de "transferência de propriedade simbólica", a data do embarque é a mais apropriada, para ser utilizada como referência, disse Comparato.
Para Julianelli, o fato de a medida abranger também caminhões e ônibus não altera muito a configuração do mercado. "A importação desses produtos é muito pequena", disse ele.

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