São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995
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Oposição tira do PRI o governo de Jalisco

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O PAN (Partido de Ação Nacional, de oposição) venceu as eleições de domingo no Estado mexicano de Jalisco, impondo a mais expressiva derrota em 65 anos ao PRI (Partido Revolucionário Institucional, no poder desde 1929).
O Conselho Eleitoral não havia divulgado ontem os resultados oficiais, mas as projeções de cinco organismos diferentes apontavam uma vitória do PAN com algo entre 54% e 58% dos votos; o PRI teria obtido 37% e o PRD (Partido da Revolução Democrática, de esquerda), apenas 4%.
Foram as primeiras eleições no México desde a posse do presidente Ernesto Zedillo, do PRI, em 1º de dezembro de 1994. Além do governador —o engenheiro Alberto Cárdenas Jimenez, 36—, foram eleitos 124 prefeitos e 20 integrantes do Legislativo de Jalisco.
O PAN afirma que venceu em pelo menos 40 municípios e que obteve mais de 60% dos votos em Guadalajara, a capital de Jalisco.
Com isso, a agremiação direitista passa a controlar quatro Estados mexicanos: também Baja California, Guanajuato e Chihuahua.
Foi um "voto de castigo" contra o PRI, que está às voltas com a crise econômica, com a revolta zapatista em Chiapas e com as investigações sobre os assassinatos de dois de seus dirigentes.
Maior produtor agropecuário do México e terceira zona industrial do país, Jalisco tem enfrentado muita violência nos últimos anos.
D. Juan Jesús Posadas, cardeal-arcebispo de Guadalajara, foi assassinado em maio de 1993, supostamente num tiroteio entre os cartéis locais do narcotráfico.
Os cartéis, assim como integrantes da "velha guarda" do PRI, também estariam envolvidos nos assassinatos do candidato presidencial do partido governista, Luis Donaldo Colosio, e de seu secretário-geral, José Francisco Ruiz Massieu, em 1994.

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