São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 1995
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Malan vence pressão e nomeia no BB e CEF

GUSTAVO PATÚ; VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A equipe do ministro Pedro Malan (Fazenda) conseguiu vencer as pressões políticas e montar diretorias técnicas para o Banco do Brasil e para a CEF (Caixa Econômica Federal), que serão empossadas até segunda-feira.
Nomes indicados pelos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), do PMDB, Luiz Henrique (SC) e do PFL, Jorge Bornhausen (SC), e pelo governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), foram preteridos em favor das indicações da equipe.
O maior vitorioso das negociações políticas que definiram as diretorias dos dois principais bancos federais foi o ministro Clóvis Carvalho (Gabinete Civil), que centralizou a escolha dos nomes e indicou um diretor para cada banco. A negociação política para a escolha dos diretores demorou um mês para ser concluída, e adiou a posse dos presidentes escolhidos para o BB, Paulo César Ximenes, e da CEF, Sérgio Cutolo, indicados desde janeiro. Ximenes, ex-presidente do Banco Central que assume o BB amanhã, só não conseguiu aprovar uma de suas seis indicações para a diretoria do banco: a do ex-diretor da Área Internacional do BB e do BC, Emílio Garófalo.
Para o lugar de Garófalo irá Ricardo Sérgio, diretor do Citibank em São Paulo, indicado por Clóvis Carvalho e pelos ministros José Serra (Planejamento) e Sérgio Motta (Comunicações), todos do PSDB paulista.
Cutolo, ex-ministro da Previdência, concordou com duas indicações políticas para as diretorias de Habitação e Saneamento.
O novo presidente e os seis diretores da CEF deverão ser empossados na próxima segunda-feira.
O atual presidente da CEF, José Fernando de Almeida, ficará com a diretoria de Habitação, apoiado por Clóvis Carvalho, pelo governador do Ceará, Tasso Jereissati e por José Sarney. Ainda não foi definido o diretor de Saneamento. Sarney, porém, não conseguiu fazer uma indicação para a diretoria de Crédito e Produtos Bancários do BB, que ficará com Édson Ferreira, superindente da BB Leasing em Nova York.
Os presidentes do PMDB, Luiz Henrique, e do PFL, Jorge Bornhausen, não conseguiram a permanência de Said Miguel na diretoria de Crédito Rural do BB, a mais disputada pelos políticos.
Para a diretoria irá Ricardo Conceição, funcionário do BB com trânsito na equipe econômica, mas hostilizado pelos parlamentares ligados ao setor rural —a chamada bancada ruralista.
O apoio do governador Mário Covas do ex-ministro do Trabalho, Walter Barelli, não bastou para aprovar a indicação de Valdir Catanzaro para a diretoria de Fundos da CEF.A diretoria será ocupada por Válter Hiberti, do BC, considerado um especialista em habitação.

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