São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995
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Leia o discurso de Ferndando Henrique

Não terei medo de enfrentar nenhum desses problemas, com a franqueza com que estou falando agora aqui. Porque eu acho que chegou a hora. O Brasil cansou de imposturas, cansou de imposturas. Então nós vamos dizer as coisas como são e ao que tem. O governo vai fazer a sua parte. O governo vai apelar à sociedade, vai explicar à sociedade, vai mostrar que ele não quer tirar um tostão de quem quer que seja. Vai garantir os direitos. Mas vai perguntar: e os direitos futuros? E os direitos dos que estão nascendo hoje? Não vão ser assegurados? Nós vamos ser irresponsáveis de gastar tudo hoje sem saber como vai ser amanhã? Essa é que é a nossa questão. Não se fala tanto, e com razão, que temos que pensar nas crianças? E pensar na criança não é pensar no futuro da criança? E pensar no adolescente não é pensar no emprego? E o emprego não precisa ser garantido também? Em função de um crescimento econômico mais ativo?
Esse é o espírito das reformas. Melhorar, dar mais, garantir salários reais, garantir aposentadoria condigna para todos os brasileiros. Acabar, ou restringir, se não der para acabar, com os privilégios. Não preciso me alongar. Dei apenas um exemplo na ordem econômica e na ordem previdenciária. Logo depois, num momento oportuno, as discussões sobre a reforma tributária, cujo espírito será o mesmo, e a reforma administrativa.
Mas eu queria, ao entregar hoje, como farei, nesta tarde, ao Congresso Nacional, essas emendas, aproveitar a oportunidade de estarmos aqui reunidos com os meios de comunicação para transmitir ao país esta mensagem sobre confiança. Que é de esperança muito forte. Que é de crença de que nós vamos manter o real. E de que, para mantê-lo, nós vamos precisar fazer essas reformas. Nós vamos continuar o crescimento econômico e, para mantê-lo, para continuá-lo, nós precisamos das reformas e nós faremos as reformas. Obrigado. Estou à disposição para responder às perguntas.

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