São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995
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BB vai demitir e fechar agência, diz Ximenes

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Ao tomar posse ontem na presidência do Banco do Brasil, o economista Paulo Cesar Ximenes, 51, disse que o número de agências e funcionários vai ser reduzido em sua gestão. "Com a redução da inflação, o processo de ajuste é inevitável".
Sem entrar em detalhes por ter tomado posse ontem, apesar de estar indicado e trabalhando no banco há 40 dias, Ximenes disse que o cliente do BB não ficará desassistido, principalmente em cidades em que é a única agência bancária.
"Vamos conversar com os representantes da comunidade para ver como o banco vai funcionar. Se uma agência for deficitária, vamos reduzir seu tamanho; se continuar, vamos ter uma portinha com dois funcionários; se continuar, vamos ter um esquema de passar na cidade com determinada frequência", disse Ximenes.
Ele diz que à época da inflação alta, quanto mais pontos de captação (agências) melhor, mas que agora a situação é diferente.
Além de rever o número e tamanho das agências, o BB vai fazer uma reestruturação nos cargos de chefia. "Temos muitos níveis de chefia, o que acaba tornando as decisões lentas", disse.
Por isso, Ximenes pretende implementar um método que já é usado nos bancos privados. Não vai haver mais salas separadas para os diretores. Todos ficarão em uma mesma sala para poder tomar decisões colegiadas mais rapidamente.
O novo presidente do banco disse que pretende fazer um contrato de gestão com o governo federal (provavelmente o Banco Central) para determinar metas e objetivos a serem alcançados. "Se não conseguir alcançar as metas, eles me mandam para casa", afirmou.
Ximenes disse que mesmo se isto não for implementado oficialmente, ele terá suas metas e passará metas aos administradores que terão que cumpri-las. "Se não, haverá um rodízio nas gerências".
O novo presidente do BB disse que o principal cliente do banco continuará a ser o pequeno e médio empresário (urbano e rural) e que é necessário encontrar novas formas de financiamento para a agricultura.

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