São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995
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"Precisamos do capital estrangeiro aqui"

Brasília Super Rádio FM - Bom dia, senhor presidente. O senhor quase há pouco respondia a pergunta que vou fazer. Tendo em vista de que o transporte ferroviário é cinco vezes mais barato do que o rodoviário, e o fluvial é quase 11 vezes mais barato do que o rodoviário e já que o senhor tomou medidas para desenvolver este país, isto é um continente, eu gostaria de saber qual é a sua idéia sobre esse sistema viário do país?
FHC - É, eu acho que o ponto é central. Nós demos muita ênfase ao transporte rodoviário e estamos corrigindo essa ênfase. Já hoje existe todo um mecanismo de transporte hidroviário, tem que ser ampliado, ele é barato, as obras necessárias para viabilizá-lo ainda mais, algumas são custosas, mas tem muitas que não são. Nós estamos preparando os investimentos nessa área. Agora, eles têm que ser feitos em parceria com o capital privado e nós estamos tomando as medidas necessárias para isso. Hoje já existe uma grande navegabilidade na bacia Paraná-Tietê. Na questão do rio Paraguai já existe hoje a possibilidade de trazer mercadorias lá de cima, de Cáceres, na Bolívia, e chegar até o porto de Nueva Palmira cá embaixo no rio da Prata. É verdade que passando pelo Paraguai e não por aqui pelo Brasil, porque isso dependeria de fazer novas eclusas, que são mais caras. Há possibilidades imensas na região Amazonas, na região do Tocantins. Isso tudo está sendo preparado, os projetos estão sendo preparados, porque eu acho que é um transporte barato e eficiente.
O ferroviário também. Tome, por exemplo, a famosa ferrovia que vem do oeste para cá e que vai beneficiar tanto a saída por via Belo Horizonte e Vitória, como a saída por Santos. Nós precisamos fazer uma ponte ligando São Paulo para atravessar o Rio Grande, nós vamos fazer. Temos discutido com o ministro José Serra nesse sentido. Quer dizer, nós estamos no começo do governo tentando reorientar, alocar os recursos, mas vai nesta direção. A questão da Rede Ferroviária é uma questão muito complicada, muito séria, eu conversei com o ministro Odacyr Klein sobre ela. Há dívidas pesadas, há problema de demanda trabalhista.

Leia a continuação da entrevista à página 1-12

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