São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995
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"Não sobreviveria" com o mínimo, diz FHC

Agência EFE - Presidente, a integração econômica muda o cenário das relações no Continente. O presidente mantém laços especiais com vários países da região. Qual a importância que Vossa Excelência dá aos primeiros encontros que manterá com chefes de governo dos países latino-americanos e qual a política do Brasil para o Continente?
FHC - Olha, eu dou uma enorme importância. Eu irei amanhã a Foz do Iguaçu e depois irei a Iguaçu, na Argentina, encontrar-me com o presidente Menem. É o primeiro encontro do conjunto do gabinete, enfim, do Ministério brasileiro com o gabinete argentino, já numa etapa de cooperação muito mais ampla entre os dois governos em função do Mercosul.
No dia 18 de fevereiro, eu irei a Montevidéu jantar com o presidente Lacalle, que sai, e assistir, no dia seguinte, à posse do presidente Sanguinetti, que é um antigo companheiro meu da América Latina, da Cepal e tudo isso e vamos, não vamos discutir nada porque é a posse, mas vamos expressar a continuidade do nosso tratamento absolutamente fraterno para com o Uruguai e, em seguida, eu vou ao Chile, a convite do presidente Frei, em visita de Estado, em visita oficial. E isso demonstra também que a nossa preocupação é muito grande.
Para quê? Nós achamos, o governo do Brasil acha que o fortalecimento das relações de todo tipo, primeiro com o Mercosul, mas com a América do Sul é muito importante e o Chile é muito importante nesse fortalecimento, nessas integração da América do Sul. O Chile é um país que tem um comércio muito grande com o Brasil, muito ativo do Brasil com o Chile, que temos muitas afinidades e nós queremos aumentar essas afinidades e esses interesses recíprocos e agora o investimento do capital chileno no Brasil é bem-vindo.
Eles têm experiência na área de telefonia, na área energética e nós vamos aumentar a participação do capital estrangeiro nas privatizações, nas concessões, precisamos de capitais a países americanos, notadamente, do Chile.
Os senhores sabem do empenho que eu tenho nessa questão Equador-Peru. Ainda há pouco falei com o presidente do Equador, antes de vir para cá, porque são países irmãos nossos, que nós precisamos de toda maneira assegurar que haja paz entre eles. Com a Venezuela o Brasil tem tido relações excepcionais. O presidente Itamar inaugurou uma relação muito positiva com a Venezuela e eu continuarei esse mesmo empenho, com a Colômbia, com o Paraguai nem se fala, não é? Com a Bolívia, enfim, eu acho que esse é o nosso espaço imediato de atuação. A nossa circunstância é a América do Sul. Não é nem tanto a América Latina e Caribe. Nós pertencemos a um hemisfério: Estados Unidos, América Latina, Caribe, Canadá, mas a América do Sul é circunvizinhança nossa.
Então, aí por mil razões de ordem política, de ordem cultural, de ordem econômica, nós acreditamos que isso é importante. O fato de que nós possamos hoje dialogar com a comunidade econômica européia, via Mercosul, é muito significativa, é muito importante e nós estamos nesse diálogo muito ativo. É claro que isso não significa que não tenhamos uma atenção grande para com outros países, eu vou aos Estados Unidos em visita de Estado também em abril e a relação do Brasil com os Estados Unidos nunca esteve tão boa. É muito positivo. Agora, essa positividade tem que ser transformada numa agenda que permita passos bons para os dois países, para o nosso país, não é? Para criar um clima favorável não só a investimento, mas a tecnologia, transferência de tecnologia, ao saber, que o futuro depende muito disso.

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