São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995
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Ex-diretores recebem 'salário vitalíco'

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Banespa gasta por mês aproximadamente R$ 133 mil só para pagar ex-diretores que ganharam "aposentadoria honorária" —ou salário vitalício. Ao todo, 19 ex-diretores, que não trabalham mais no banco, são beneficiados.
Sete vão receber essa "honra" (salário integral) até se aposentarem pela Previdência. Depois, até morrer terão a pensão previdenciária complementada pelo banco. Isso já ocorre com 12 ex-diretores, entre eles Antonio Ignacio de Jesus (ex-presidente da Telesp).
Essa "aposentadoria de luxo" existe desde 1959. Em 17 de dezembro de 91, o governador Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB) cortou o benefício —devido à repercussão de projeto do PT na Assembléia pelo fim dessa regalia.
Até então, pelo regulamento do Banespa, dessa aposentadoria poderia gozar todo empregado com no mínimo 15 anos de serviço no banco e que tivesse assumido por dois anos cargo de diretoria.
Na prática, diretores se "aposentaram" sem seguir a regra.
Entre os beneficiados está João Batista Sigilló Pellegrini, 42, que hoje trabalha para o governo Covas (PSDB). Dirige o Conjunto Vaz Guimarães, centro esportivo da Secretaria de Esportes. Tem "aposentadoria" de R$ 6.261,64.
Outro favorecido é Saulo Krichanã Rodrigues, 41, que ganha R$ 5.478,96. Os dois conseguiram essas "aposentadorias" depois que o privilégio foi extinto. Ambos alegam que se trata de direito adquirido, por serem funcionários antes do corte da regalia.
Krichanã entrou no Banespa em junho de 85. Seu último alto cargo foi a vice-presidência de finanças, até junho de 92. Ganhou a "aposentadoria" em agosto de 93, com apenas oito anos de Banespa.
Pellegrini entrou banco em junho de 72. Foi diretor de operações de 12 de janeiro de 93 a até dezembro de 94. Não completou dois anos no cargo. Mas se "aposentou" em 17 de janeiro último.

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