São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995
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Moradores atingidos por enchentes bloqueiam rua na zona leste de SP

DA REPORTAGEM LOCAL E DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

Moradores da Vila Itaim (zona leste de São Paulo) fecharam a principal rua do bairro entre as 17h de anteontem e 5h de ontem. O protesto pedia soluções urgentes para os problemas da região.
A Vila Itaim e outras áreas da várzea do rio Tietê, como o Jardim Pantanal, estão desde o dia 2 de fevereiro alagadas. Estas áreas fazem parte de reserva ambiental do Parque Ecológico do Tietê.
Segundo moradores, a água começou a baixar há dois dias, depois que foram abertas as comportas da barragem da Penha.
A administração regional de São Miguel Paulista diz que o protesto foi político. Os manifestantes teriam esvaziado pneus de dez ônibus e jogado pedras em PMs.
A administração descartou qualquer ação da prefeitura para impedir que moradores voltem ao local. "A área não é municipal, é do parque ecológico, de responsabilidade do Daee (órgão estadual)."
Para o deputado Paulo Teixeira (PT), administrador da área na gestão Erundina, a prefeitura é omissa. "Ela tem incentivado, indiretamente, a ocupação da área, que é de proteção ambiental."
Segundo o secretário estadual de Obras, Hugo Marques da Rosa, não existe solução de curto prazo. Ele diz que a secretaria vai estudar a realização de obras de desassoreamento da calha do rio no local.

Marília
O prefeito de Marília, Salomão Aukar (sem partido), pediu ontem ajuda do governo do Estado para resolver o colapso no abastecimento de água. A cidade está em estado de emergência desde terça-feira passada devido às chuvas.
Segundo a prefeitura, o Estado autorizou o envio à cidade de um equipamento chamado Draveline para recuperar o abastecimento.
O Draveline deve chegar hoje à cidade para ser usado na retirada da lama e detritos do leito do rio, o que normalizaria a captação.
Desde a última segunda, cerca de 80% dos 200 mil moradores de Marília (443 km a noroeste de SP) estão sem receber água em casa.
As enxurradas arrastaram lama e grama para o rio do Peixe, que abastece a cidade. Aukar disse que a lama entupiu os equipamentos que fazem a sucção da água do rio para tratamento. Os equipamentos tiveram de ser desativados, cortando o abastecimento de água.
A prefeitura e o Corpo de Bombeiros têm feito o abastecimento de escolas estaduais e hospitais com caminhões-pipa. As aulas na rede municipal estão suspensas e devem ser retomadas na segunda.

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