São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995
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Índice Bovespa despenca mais 6,69%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O mercado chegou a esboçar ligeira alta com o pronunciamento do presidente Fernando Henrique Cardoso ontem, mas o índice Bovespa acabou fechando em baixa de 6,69%.
A Bolsa paulista acumula queda de 27% nos últimos nove pregões de baixas consecutivas. O pronunciamento do presidente Fernando Henrique não foi suficiente para reverter as pressões negativas externas.
O impacto baixista da crise dos mercados emergentes latino-americanos (México, Argentina) continua prevalecendo nas Bolsas brasileiras. Ontem, nenhuma ação que compõe o índice Bovespa registrou alta. As maiores quedas foram do Banespa PN (-12,6%) e Eletrobrás ON (-11,7%).
O vencimento do mercado de opções na próxima segunda-feira cria também clima de maior variação de preços das ações. Os papéis da Telebrás PN lideram o mercado de opções e registraram baixa de 8,9%, atingindo as menores cotações desde maio de 1993.
Os títulos brasileiros no exterior (IDU) cotados a 85 centavos de dólar na terceira semana de dezembro (no início da crise do México) chegaram ontem a 76,50 centavos.
Marcos Paolozzi, diretor da consultoria Talento, especializada em análise gráfica, diz que o mercado está com tendência de queda "com recuperações passageiras". O índice Bovespa fechou ontem a 28.638 pontos, voltando praticamente ao mesmo nível de 8 de junho de 1994 (28.218 pontos). Ele acredita que o suporte do mercado é a 27 mil pontos, quando deverá haver uma reação positiva.
No mercado cambial, as remessas para o exterior continuam em ritmo acelerado. Os especuladores de curto prazo deixam o país atraídos pela elevação nos juros externos e pelo temor do aprofundamento da crise nos mercados emergentes latino-americanos.
As saídas financeiras de dólares estão superando as entradas em US$ 748,19 milhões nos primeiros 15 dias de fevereiro. O fechamento do câmbio de exportações superou as importações em US$ 1,043 bilhão na primeira quinzena deste mês. O saldo total acumulado comercial e financeiro que foi positivo em US$ 334 milhões até o dia 10 recuou para US$ 295 milhões até o dia 15.
As taxas do over declinaram de 5,32% ao mês no dia anterior, para 5,33% ao mês no dia anterior.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,122%. A taxa média do over foi de 5,32% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,40% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,1516%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 26% e 41,2% ao ano para 32 dias. CDBs pós-fixados de 120 dias: entre 15% e 15,5% ao ano mais a variação da Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,43% ao mês. Para 32 dias (capital de giro): entre 50% e 96% ao ano.

No exterior
Prime rate: 9,00% ao ano.

AÇÕES

Bolsas
São Paulo: baixa de 6,69%, fechando com 28.638 pontos e volume financeiro de R$ 209,16 milhões. Rio: queda de 5,2%, fechando com 13.025 pontos e volume financeiro de R$ 13,78 milhões.

Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou a 3.987,52 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.323,50 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 17.780,59 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,842 (compra) e R$ 0,843 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado a R$ 0,835 (compra) e R$ 0,837 (venda). "Black": R$ 0,835 (compra) e R$ 0,845 (venda). "Black" cabo: R$ 0,844 (compra) e R$ 0,848 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,820 (compra) e R$ 0,845 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,39%, fechando a R$ 10,18 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Frankfurt, a moeda norte-americana foi cotada a 1,4920 marco alemão. Em Tóquio, a cotação foi de 99,55 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 376,60.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para fevereiro fechou em 3,38% e para março a 3,19% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para abril ficou em 29.300 pontos, com queda de 6,39% em relação ao dia anterior. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para fevereiro fechou a R$ 0,845 e para março a R$ 0,863.

LEIA MAIS
Sobre a crise nas Bolsas na pág. 2-10

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