São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995
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Aquilo Del Nisso toca sucessos de Chico

SYLVIA COLOMBO
DA REDAÇÃO

Show: Aquilo Del Nisso
Com: André Magalhães (bateria e percussão), Paulo Padilha (baixo), Marcelo Zanettini (teclados), Celso Marques (sax tenor e flauta) e Rogério Costa (sax alto, soprano, barítono e flauta)
Onde: Sala Guiomar Novaes (al. Nothmann, 1.058, tel. 011/826-3936)
Quando: hoje, às 21h
Quanto: R$ 6

O flautista Rogério Costa, do Aquilo Del Nisso, quase não acreditou quando Chico Buarque ligou para sua casa, repentinamente, no meio de uma tarde de dezembro. O cantor e compositor queria comentar com ele o disco "Chico Buarque Instrumental".
"Ele disse que gostou muito e me convidou para jogar futebol com ele no Rio", conta.
O disco é a base do repertório que a banda apresenta hoje, a partir das 21h, na Sala Guiomar Novaes.
A idéia de gravar músicas de Chico era não só a de dar a elas um novo tratamento. "O desafio era ler os clássicos com o jeito do Aquilo", diz o baixista Paulo Padilha.
As músicas receberam arranjos mais complexos do que os originais, deixando as melodias escondidas. "Escondemos um pouco a melodia de propósito, para deixar as pessoas ligadas", diz Rogério Costa.
"Chico Buarque Instrumental" é o terceiro trabalho do conjunto, que já tem nove anos de carreira.
Nos seus dois primeiros discos, "Aquilo Del Nisso" e "Tocando Tudo", a banda se caracterizou por fazer uma mescla de sonoridades brasileiras.
"Eram discos feitos ao vivo no estúdio, coisa de instrumentista, de músico de jazz", diz o baterista André Magalhães.
Jogar com uma interpretação única foi, entretanto, uma proposta já pensada antes pelos músicos. "Tínhamos trabalhado composições do Hermeto e do Duofel", diz Padilha.
O repertório do novo trabalho prioriza a variedade na obra de Chico: samba, baladas, marchas e outros ritmos. Entre as músicas estão: "A Banda", "A Mais Bonita" e "Samba e Amor".
O show desta noite faz parte do projeto "Sem Palavras", de música instrumental, que reúne artistas brasileiros.
A programação traz ainda Décio Rocha e Gilvan de Oliveira, que tocam amanhã, e Paulo Lepetit e Bocato, no domingo. Hoje, além do Aquilo, apresenta-se o músico Luiz Waack com sua banda.
"A iniciativa mostra que existe público para música instrumental no Brasil, o que não existe é investimento", diz André.
Paulo Padilha acha que este estilo deve crescer de acordo com a segmentação do mercado. "Existe público para todo o tipo de música, a tendência é fragmentar e direcionar os interesses, tanto do público quanto dos artistas."
O Aquilo Del Nisso começa a preparar novas canções para o quarto CD da banda. Depois de excursionar pelo Sul e Sudeste, o Aquilo quer voltar ao estúdio. "Estamos voltando a compor", diz Rogério.
A banda vai também comandar um projeto de música instrumental no Blen Blen Club, reunindo uma vez por semana músicos brasileiros.

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