São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 1995
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Quebra de protocolo

Na semana passada, houve outra rodada de explanações de ministros sobre a reforma da Constituição, desta vez a sindicalistas. Depois haveria um almoço com o presidente Fernando Henrique.
O encontro começara com atraso e, após as exposições dos ministros da Justiça, Fazenda, Planejamento e Administração, o titular da Previdência, Reinhold Stephanes, falava sobre sua área.
Às 12h45, o ministro do Trabalho, Paulo Paiva, que presidia a mesa, cortou o colega:
— Lamento interrompê-lo, mas o sr. deve concluir. O presidente já está chegando para o almoço.
Irritado, Stephanes replicou:
— Eu não lamento.
E, dirigindo-se à platéia, completou:
— Lamento por vocês. Tenho certeza de que o presidente não faria nenhuma questão se eu falasse mais cinco minutos. Até agora, eu despertei mais dúvidas do que certezas e preciso concluir.
Em coro, a platéia deu sua opinião:
— Continue, ministro. O presidente espera.
E esperou. Mais cinco minutos.

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