São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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IPM confirma irregularidade

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

O IPM sobre as torturas no Borel e no morro do Bananal revela que, ao contrário do informado na época pelo Exército, foi imposto o toque de recolher no morros.
Comunicado distribuído aos moradores durante a ocupação e anexado ao IPM diz que "o Comando das Operações fará respeitar, nesta data, o toque de recolher, que vigorará das 20h até as 6h de amanhã".
Segundo o folheto, nesse perídodo qualquer tipo de reunião seria proibida. A Constituição prevê restrições ao direito de reunião apenas quando é decretado estado de defesa ou de sítio.
Diferentemente do divulgado pelo Exército, o IPM mostra que juízes emitiram mandados de busca e apreensão genéricos.
Cópias de mandados anexados ao IPM autorizam revistas com arrombamento em certo endereço "e nas residências circunvizinhas, em desdobramento ao cumprimento deste mandado".
A relação de apreensões anexada ao IPM mostra que, além de armas, foram recolhidos objetos como "8 canetas, 11 coadores de café, 1 abridor de garrafas e saca-rolhas, 3 jogos de lápis de cera e 1 desodorante".
Para o responsável pelo IPM, coronel Moacyr Meirelles, a operação na área do Borel foi "brilhante, bem preparada e executada com precisão e profissionalismo, que contou com auxílio e mereceu aplauso da população".

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