São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Resultado de inquérito revolta autor de denúncia
FERNANDO MOLICA
O vendedor de flores Francisco de Oliveira disse que gostaria de saber como o responsável pelo IPM, o coronel Moacyr Gonçalves Meirelles, reagiria caso algum parente seu fosse submetido às torturas que afirma ter sofrido. Além dos maus tratos, Oliveira disse que os soldados ficaram com R$ 300,00 que ele levava para casa —o dinheiro era resultado da venda de flores na barraca em que trabalha. O soldado Cláudio Rodrigues Pereira limitou-se a dizer que ainda espera justiça —nesta segunda-feira o IPM será encaminhado para um dos procuradores da 1ª Auditoria Militar da 1ª Circunscrição Judiciária Militar, no Rio. O procurador poderá rejeitar o resultado do relatório e solicitar novas investigações. Pereira foi o único militar acusado no relatório do coronel Meirelles: ele é acusado de ter mentido ao denunciar os maus-tratos a seus superiores. O soldado disse que não poderia dar entrevista, mas que confirmava o que havia dito em seus depoimentos. O coronel Meirelles baseou-se em uma suposta contradição de Pereira para desqualificar as suas acusações. Pereira havia afirmado que o autor das primeiras agressões contra ele era um soldado de nome Bolivar. Depois, ao ser acareado com Bolivar, Pereira disse que se enganara: que o agressor era um outro soldado, de pele branca (Bolivar é negro). Segundo Pereira, durante as ações da Operação Rio, os soldados não usavam nenhuma identificação e o soldado agressor dissera se chamar Bolivar. Daí, então, a origem do seu erro. Texto Anterior: IPM confirma irregularidade Próximo Texto: Nhenhenhém foi cálculo e não distração Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |