São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 1995
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Capa da 'Vogue' morre como indigente

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Ela foi capa de revistas como "Vogue", "Cosmopolitan" e "New York". Foi modelo de estilistas como Giorgio Armani e Christian Dior. Foi amiga de David Bowie e outras pop-stars. Teve tudo em muito pouco tempo.
A ítalo-americana Gia Carangi foi uma espécie de Cindy Crawford do início dos anos 80 —e morreu aos 26 anos, como indigente, vítima de Aids, em 1986.
A ascensão e queda de Gia é narrada no impressionante livro-reportagem "Thing of Beauty - The Tragedy of Supermodel Gia", de Stephen Fried (Simon & Schuster, 1993).
O título, "Thing of Beauty", é uma expressão inglesa de difícil tradução. Significa algo como "coisa linda".
A obra foi imediatamente transformada em roteiro de cinema, escrito por Jay McInerney, autor do romance "Brilho da Noite, Cidade Grande".
Nascida na Filadélfia, Gia chegou em Nova York com 18 anos. Logo conseguiu aparecer nas páginas das mais importantes revistas de moda.
O livro descreve a atribulada vida da modelo na cidade —e a sua descida ao inferno após se viciar em heroína.
A droga desfigura Gia. Stephen Fried conta que fotografias que a modelo fez nessa época precisaram ser retocadas para disfarçar o seu estado.
No ápice do vício, Gia estava gastando cerca de US$ 2.000 por dia com heroína.
Ao voltar para Filadélfia —e sem dinheiro para comprar a droga—, Gia pratica furtos e pequenos expedientes para obter dinheiro. Tenta, sem sucesso, se submeter a um programa de desintoxicação para viciados.
Num evidente exagero, o autor do livro culpa o "complexo da indústria de beleza" pela tragédia da top-model.
Gia morreu esquálida, sem dinheiro, sem amigos, só com a mãe ao seu lado.
(MSy)

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