São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 1995
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Guerreiro tinha mulher branca

MARILENE FELINTO
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Palmares, o mais famoso quilombo negro da história do Brasil colonial, teve como grande chefe Zumbi, cujos feitos a história marginalizou por séculos, no interesse do colonizador branco.
Hoje a figura de Zumbi oscila entre as lendárias proporções de super-herói da raça negra e dimensões mais modestas dos fatos: era coxo e casado com uma branca.
Foi em fins do século 16 que se rebelaram os primeiros escravos negros. A rebelião aconteceu em um engenho de açúcar no sul da Capitania de Pernambuco. Cerca de 50 pessoas formavam esse grupo de escravos que foi para a floresta de Palmares, dando origem ao quilombo do mesmo nome.
A partir de fevereiro de 1630, data da invasão holandesa do Brasil, o quilombo de Palmares cresceu rapidamente. Contam-se aos milhares os negros residentes ali desde então.
Organizavam-se numa espécie de Estado semelhante ao regime das tribos africanas de onde vinham.
Os diversos grupos étnicos negros ajuntados em Palmares não se entendiam em questões de religião e língua. Falavam uma mistura de português com línguas africanas e indígenas.
Os dois chefes mais importantes de Palmares foram Ganga-Zumba e Zumbi. Em 1678, depois de tentativas de invasão do quilombo por várias expedições, Ganga-Zumba negociou a paz com o governador-geral de Alagoas, Pedro de Almeida.
Destituído do comando, foi substituído por Zumbi. Coxo de uma perna desde 1675 devido a um ferimento em combate, Zumbi morreu denunciado por um mulato à expedição do bandeirante Domingos Jorge Velho, que destruiu Palmares.

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