São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 1995
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Grupos de extrema direita iniciaram briga

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

A federação de futebol e a polícia inglesa acreditam que a violência da última quarta-feira, no "amistoso" entre Inglaterra e Irlanda, foi obra de grupos de extrema direita, infiltrados na torcida.
Depois que o estádio de Dublin foi evacuado, foram achados cartões de um grupo chamado "Cheltenham Volunteer Force", até então desconhecido das autoridades.
O cartão convocava para a "Invasão de Dublin pela Inglaterra —1995", com palavras de ordem como "Ulster (Irlanda do Norte) é britânico" e "Deus Salve a Rainha" (a Irlanda é presidencialista).
A polícia irlandesa acredita que o conflito foi iniciado por um outro grupo, "Combat 18", ligado a paramilitares protestantes da Irlanda do Norte (a Irlanda é católica).
A televisão registrou imagens de muitos membros da torcida inglesa com o braço direito erguido, o que policiais interpretaram como sendo a saudação nazista.
Alguns torcedores também teriam sido vistos com pequenas suásticas bordadas nas mangas de suas camisas. Muitos gritavam palavras de ordem contra o IRA (Exército Republicano Irlandês).
A preocupação com a volta dos "hooligans" ao futebol inglês fez com que membros do Parlamento voltassem a examinar, na quinta-feira, a possibilidade da adoção de carteiras de identidade para torcedores de futebol.
A medida já foi estudada na década de 80, mas dúvidas quanto à sua eficiência e a preocupação quanto ao seu alto custo fizeram o governo abandonar a idéia.
Para o Campeonato Europeu de seleções, os ingleses só poderão comprar quatro ingressos cada e todo comprador terá que se identificar para a federação de futebol, que pretende ter um controle de todos que forem aos estádios.
(RS)

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