São Paulo, segunda-feira, 20 de fevereiro de 1995
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Banco britânico abre escritório no país

ANTONIO CARLOS SEIDL
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Mais antigo e mais rentável banco mercantil da Grã-Bretanha, administrador de uma carteira internacional de investimentos de US$ 80 bilhões, o grupo Flemings chega ao Brasil no mês que vem.
O objetivo é trazer para as Bolsas brasileiras e para o programa de privatização do país recursos de seus clientes de 30 países, principalmente da região Ásia-Pacífico.
Formado em Letras Clássicas pela Universidade de Oxford, Nicholas Hurd, 33, filho do chanceler britânico, Douglas Hurd, será o diretor executivo do grupo Flemings no Brasil.
"Decidimos abrir um escritório em São Paulo porque acreditamos que o Brasil vai ocupar um papel cada vez mais importante na carteira de investimentos de nossos clientes internacionais", disse Nicholas Hurd em entrevista à Folha na sede do grupo na "City", o centro financeiro de Londres.
Fundado em 1873, o grupo Flemings, através de uma associação empresarial em Hong Kong chamada Jardine Fleming, é o principal banco mercantil e de investimentos da região Ásia-Pacífico, onde aplica recursos no valor de US$ 35 bilhões.
Hurd diz que uma das metas das operações do grupo no Brasil será atrair um novo fluxo de investimentos dessa região para o Brasil.
O Flemings é atualmente responsável pela maior carteira de investimentos europeus no mercado financeiro do Brasil: um total de US$ 600 milhões.
Com a abertura da sua representação em São Paulo, o grupo Flemings, que teve um lucro de US$ 320 milhões em 1994, passará a ter 48 escritórios em 31 países ao redor do mundo. Ao todo, o grupo tem 5,6 mil empregados, a metade na região Ásia-Pacífico.
Além dos mercados de ações e de renda fixa, uma outra área de interesse do grupo Flemings no Brasil, segundo Hurd, é o programa de privatização.
O grupo Flemings decidiu abrir um escritório em São Paulo em meados de 1994, antes da crise cambial mexicana. Mas o colapso da economia mexicana não alterou os planos do grupo Flemings de operar no Brasil.
"A crise mexicana simplesmente confirmou que estavamos certos ao escolher o Brasil como nosso lar na América Latina".
Para ele, a crise mexicana tem aspectos positivos para o Brasil. "É uma oportunidade para o Brasil assumir a liderança política e econômica da América Latina".
Segundo Hurd, os investidores europeus não temem uma repetição da crise mexicana no Brasil, por causa das diferenças entre as economias dos dois países.
"O Brasil tem uma soma substancial em reservas cambiais, uma base industrial avançada e eficiente e um setor exportador altamente competitivo", disse.

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