São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 1995
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Gustavo Franco nega saída do governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA REDAÇÃO

O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, precisou telefonar ontem a operadores do mercado financeiro para negar boatos, cada vez mais fortes, sobre sua saída do governo.
"Desminta categoricamente essa maluquice", pediu Franco a um consultor de São Paulo, com quem falou por telefone à tarde.
Segundo a Folha apurou, Franco, embora não demissionário e com prestígio junto ao presidente Fernando Henrique Cardoso, tem intensificado suas divergências internas com membros do governo.
Franco é um dos idealizadores do Plano Real e o responsável pela atual política cambial, que desagrada o setor exportador e sofre críticas do ministro José Serra (Planejamento).
Nas últimas semanas assessores do ministro intensificaram o vazamento, para o mercado, das posições de Serra, que já criticava a política cambial como deputado federal (PSDB-SP).
Em menor grau, as relações de Franco com o presidente do BC, Pérsio Arida, também estão estremecidas. Arida quer fazer alterações na diretoria de Política Monetária, que opera em sintonia com a de Assuntos Internacionais.
Ontem, numa demonstração de prestígio, Gustavo Franco foi recebido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio do Alvorada. FHC disse a ele que seu trabalho não sofrerá alteração.
Os rumores sobre o enfraquecimento de Franco ganharam força ontem quando o diretor deixou de comparecer a um seminário sobre câmbio em São Paulo.
O nervosismo tomou conta do mercado a partir das 15h. O dólar comercial passou de R$ 0,842 para venda, de manhã, para R$ 0,847 no fechamento (chegou a R$ 0,848 ao longo do dia). O índice da Bolsa paulista caiu 5,69%.

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Sobre mercado financeiro na pág. 2-4

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