São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 1995 |
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Duas irmãs são mortas em Belo Horizonte
AMAURY RIBEIRO JR.
Nos últimos cinco dias, seis mulheres foram assassinadas na periferia da cidade. Segundo a polícia, três delas foram estupradas antes. O chefe da Departamento de Crimes Contra a Vida, Othon Teixeira, disse que os crimes não estão relacionados. Os peritos do departamento disseram que os corpos das irmãs Pontes foram abertos ao meio por uma faca. Sobre os corpos, a polícia encontrou uma bíblia aberta e dois crucifixos. Ao lado, havia um copo com água e vários ramos. Segundo o delegado José Antônio Silva, do Departamento de Investigações da Polícia Civil, as duas irmãs frequentavam centros de umbanda. "O que aumenta a hipótese de que elas foram mortas em ritual de magia negra". Os corpos foram encontrados pela vizinha Maria Consuelita Dolabela. "Fui lá a pedido do irmão delas, José Pontes, que me ligou preocupado por não ter notícias das duas", afirmou. Para a vereadora Neusinha dos Santos (PT), presidente da CPI da Câmara de Belo Horizonte que apura atos de violências contra as mulheres, os assassinatos de mulheres estão ocorrendo devido ao descaso das autoridades. "Em Belo Horizonte, só existe uma delegacia de mulheres que não funciona nos domingos e feriados, período de maior frequência de crimes", afirmou. Segundo ela, a situação ainda se torna mais crítica devido à demora da Justiça em julgar os crimes. Neusinha disse que em 94 foram registradas 6.605 ocorrências de atos de violência contra as mulheres. A polícia informou que 20 mulheres foram mortas neste ano. "Em fevereiro do ano passado, quatro mulheres foram assassinadas, o que nos leva a concluir que não houve um crescimento", disse Othon Teixeira. Texto Anterior: Suicida deixou cartas a amigos Próximo Texto: Roubo de cargas em SP aumenta 210% em 94 Índice |
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