São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 1995
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Corrêa do Lago prefere franceses

CAROLINA CHAGAS
DA REPORTAGEM LOCAL

"Sinto falta dos filmes franceses sempre que vou à locadora", afirma o livreiro, que admite esta sua predileção aos demais do velho continente.
"O Leopardo", do diretor italiano Luchino Visconti, porém, é a indicação de Corrêa do Lago quando tem de apontar o filme de sua vida. "Adoro filmes de reconstituição de época", justifica-se.
Recém-casado com a arquiteta Bia Fonseca —filha do escritor Rubem Fonseca—, Corrêa do Lago pretende se dedicar mais a sua coleção de 100 fitas de vídeo que inclui diretores como Jean Renoir —um dos praticamente inexistentes nas locadoras brasileiras, segundo o livreiro—, François Truffaut, Louis Malle, Ettore Scola e Luchino Visconti, entre outros.
"Vou ter uma vida mais caseira e companhia para assistir aos vídeos que coleciono", prevê. "Devo viajar menos também."
Parte dos carimbos do passaporte do livreiro devem-se a sua presença nos leilões da Sotheby's, empresa da qual é eleito representante no Brasil a cada ano desde 1986.
Foi em 86 também que ele abriu no Itaim a livraria Corrêa do Lago, depois de desistir da carreira de economista. Hoje, seu antiquário de livros e papéis é considerado o mais refinado do país. "Tenho um bom acervo", afirma.
Esta semana, Corrêa do Lago acumulou mais um cargo à sua lista de atividades: assumiu a presidência da Sociedade dos Amigos da Cinemateca.
Segunda-feira, ele ajudou a defender junto ao ministro da Cultura, Francisco Weffort, e ao prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, a necessidade da recuperação do acervo da Cinemateca Brasileira —que deve abocanhar US$ 7 milhões da iniciativa privada e do orçamento de ambos.
"Gosto de recuperar o raro e de qualidade", diz. "Não posso ficar de braços cruzados enquanto 130 mil latas de filmes se perdem."

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