São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 1995
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Caso Iraque vai ter nova investigação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério das Relações Exteriores vai refazer todo o inquérito administrativo que apurou desvio de dinheiro público na embaixada do Brasil em Bagdá (Iraque).
A investigação acusou o embaixador Mauro Costa Couto e o conselheiro René Loncan de formar um "caixa dois" com operações cambiais irregulares. Segundo o Itamaraty, a apuração continha "falhas formais". O ministério não especificou quais são seriam as falhas.
O novo inquérito deve começar após o Carnaval e terá prazo legal de 120 dias para ser concluído.
As primeiras conclusões levaram o presidente Fernando Henrique Cardoso a afastar Costa Couto do cargo de embaixador do Brasil no Panamá.
O primeiro inquérito concluiu que os dois diplomatas desviaram cerca de US$ 1 milhão (R$ 850 mil) da embaixada brasileira em Bagdá, através de operações irregulares de câmbio.
Em vez de trocar o dinheiro no câmbio oficial, Costa Couto e Loncan teriam usado o mercado paralelo, onde o dólar é favorecido, e enviado o resultado da troca para contas particulares na Suíça. O embaixador argumentou que o dinheiro que sobrava das operações era aplicado na embaixada, mas a comissão discordou.
Segundo Costa Couto, as testemunhas por ele apresentadas não foram ouvidas no inquérito. Esse seria um dos motivos que levou o Itamaraty a refazer a investigação.
O diplomata continua morando no Panamá. A Folha procurou-o ontem na embaixada e em sua casa, mas foi informada que ele não estava. Seu advogado, Inocêncio Mártires Coelho, também não foi encontrado. Ele viajou e só retorna após o Carnaval.
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, foi convocado pelo Senado para explicar a irregularidade verificada na embaixada do Brasil no Iraque.

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