São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 1995
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Divisão em grupos é tática dos extremistas

SILVIA BITTENCOURT
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE BERLIM

Os neonazistas alemães estão divididos. Alguns grupos chegam a ser rivais e seus membros disputam a liderança no país. Mas a divisão também é vista como tática: ajuda a contornar possíveis proibições, como as ocorridas ontem.
O Partido Liberal dos Trabalhadores Alemães, recém-cassado, nasceu de uma outra organização, a Frente de Ação de Nacional Socialistas/Ativistas Nacionais.
Criada no início de 1983 pelo então líder neonazista Michael Kuehnen, a Frente pregava o fim da proibição à propagação de idéias nacional-socialistas e a saída de estrangeiros da Alemanha. Devido à sua campanha xenófoba, ela foi proibida no fim de 1983.
Seus membros se dividiram, mas continuam suas atividades em grupos diferentes. Alguns reforçaram o FAP, que acabou reunindo os simpatizantes do neonazista Jurgen Mosler.
Mosler se distanciou de Kuehnen devido ao homossexualismo do então líder, o que era incompatível com os ideais nacional-socialistas (como outras minorias, os homossexuais também foram vítimas do nazismo).
Os simpatizantes de Kuehnen —que acabou morrendo em 1991 por consequência da Aids— fundaram a Lista Nacional, também proibida ontem.
Seu líder, Christian Worch, foi condenado em novembro passado a dois anos de prisão.
A mesma pena recebeu Jurgen Mosler no dia 15 deste mês.
Os grupos de extrema direita são armados e preparados para violência. Mas devido às proibições e condenações recentes, eles parecem agora mais interessados em conspirar.
No ano passado, o número de ataques de extrema direita registrado caiu 50% em relação a 1993.

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